quinta-feira, fevereiro 4

Que coisa linda é uma partida de futebol

Tem algo que eu preciso confessar. Muitos podem desconfiar disso, outros não fazem nem idéia, ou ainda pode ter gente que tem certeza e nunca se deixou enganar (como eu me deixei), mas eu preciso admitir: eu gosto de futebol.

E não tô falando isso com ar cabisbaixo de pessoa que se rende contrariada. Não, beibe. Eu me descobri (ui!), percebi que não tem como negar pra mim mesma que eu gosto deste esporte que mobiliza as pessoas. E é justamente por isso, por essa força que movimenta uma multidão, que eu gosto de futebol. É irracional? É. Uma vez um professor meu, falando sobre os nacionalismos, comparou-os com torcer por um time. Não tem lógica, a gente não sabe nem o que é direito essa coisa (nação, time), mas a gente tá disposto a brigar com o torcedor do rival sem ganhar nada por isso. Tá, essa parte eu não acho bonita. Eu acho bonito a parte que aproxima as pessoas. Tipo ano passado, quando meu time ia ter um jogo muito importante. A cidade se mobilizou, minha gente! Todo mundo respirava futebol! Eram carros com as bandeiras, pessoas com roupas com as cores do time... E a coisa integrava os torcedores do arquiinimigo também, já que de uma forma ou de outra eles também estavam participando - pra agourar o outro (êita, inveja!), claro, mas ainda assim. Era uma conversa através de buzinas, uma familiaridade entre estranhos. E nem era um dia tão ordinário: estréia de Harry Potter nos cinemas! Ou seja, nem a união harrypotteriana conseguiu se destacar nesse dia como o futebol se destacou!

Meu irmão foi no campo pra ver o grande jogo, contou que em momentos de gol era todo mundo chorando e se abraçando... Gente, é bonito. Eu gosto. Mais legal ainda é Copa do Mundo, porque aí não tem inimizades dentro do nosso país, não é. Nem contra outras nacionalidades, a bem da verdade, porque tem todo um espírito amistoso tomando conta do mundo... Menos quando o assunto é França, mas né?

E futebol pra mim tem um componente familiar. Acho que é isso que eu gosto mais. Não sei por que diabos, mas comecei a ver jogos de futebol e acompanhar campeonatos lá pelos meus 10 ou 11 anos, junto com meu pai. E aqui é necessário destacar: meu pai não é fã de futebol, nem brasileiro ele é e, aliás, nem times realmente decentes o país dele tem (apesar de vez ou outra disputarem a Libertadores - e serem eliminados na primeira fase). Ou seja, ele também começou a ver futebol naquele momento. Aí era noticiário de esportes pra cá e pra lá, ver jogos nos quais nosso time não participava, saber nomes de jogadores... Até que, não sei por que cargas d'água, paramos. E seguiram-se assim vários anos, tempos nos quais eu fui totalmente avessa à futebol e passei a aderir, vez por outra, àquela fala de quem esnoba o esporte só porque ele é de massa: "não acompanho futebol". Bem, acompanhar eu não acompanhava mesmo, mas falar em tom de quem despreza era negar o passado!

Até que surgiu meu irmão. Bem, na verdade ele já existia há tempos, desde 1995 pra ser mais exata, mas é que até então ele era pequeno e não sabia o que era impedimento. Sim, porque a partir do momento que você entende o que é impedimento já era: você pode até não amar, mas que há uma relação entre você e o futebol, isso há.

Enfim, meu irmão é da era do Playstation 2 e tudo o que vem com ele. E em determinada época PS2 era Winning Eleven. E foi aí que ele se descobriu. Sendo de uma nobre estirpe, ele naturalmente encaminhou-se para a torcida de sangue azul (trocadilho infame mode: on) e foi aí que a vaca foi pro brejo. Desde então é impossível ter silêncio e dormir mais cedo às quartas-feiras, não saber pelo menos uns três nomes de jogadores (e que um deles é "burro, perna de pau"), vez por outra ser arrastada pro Mineirão no domingo. E eu resisti. Mas por fim, porque eu sou muito enxerida na vida do meu irmão (e ele é muito reservado), eu resolvi que a melhor maneira de quebrar as barreiras era começar a fazer coisas com ele. Eu apresentei a ele How I Met Your Mother, ele me reapresentou o futebol. Jogo agora é pequena reunião de família.



True Story

terça-feira, fevereiro 2

Take me home, country roads

Existem diferenças muito grandes entre ser turista, viajante, intercambista e imigrante. A única coisa em comum entre todos é a condição de estrangeiro.

Eu, pra falar a verdade, sempre achei muito legal estrangeiro. É um pouco como viajar sem sair do lugar, porque o diferente vem até você. Mas isso, eu fui logo comprovar (porque o boato já existe há tempos), é coisa de brasileiro. Gringos vivem falando que brasileiro é receptivo, e olha, sendo de Minas e tendo a mamãe do interior aprendido que a gente tem que tratar as visitas muito bem, eu tô acostumada com essa coisa toda de fazer sala (uma versão BEM mais light que a da minha mãe, mas gente em casa pra mim significa dar atenção, conversar e oferecer comida). E nessa a gente vai achando que o mundo é assim. (Como você já adivinhou por todo o prelúdio do post) Mas não é.

Nessas terras germânicas, acostumadas a receber (nó, ajuda no português! "receberem" ou "receber"?) gente de vários lugares (especialmente Turquia e Rússia), o povo está com complexo de grandeza. Uns tantos resolveram que é melhor viver aqui do que em seus respectivos países, seja lá quais os motivos, mas isso não significa que todo mundo que está por aqui tenha o mesmo objetivo. E eu detesto ser tida por imigrante. Eu mesma não tenho nada contra os imigrantes, a maioria tem motivos bem fortes pra decidir deixar sua terra, mas é que o país que recebe tende a olhar de cima, sabe? Com ar de superioridade tipo "meu país é melhó-or! Lá-la-la-la-lá-LA!". E aí que é difícil depois entrar na cabeça deles que existe gente que quer vir, aproveitar o que tem de bom, e voltar pra casa, para o LAR. E já me perguntaram várias vezes o que eu vou fazer, como quem diz "o quê diabos você vai fazer no Brasil?!".

Eu não passo fri-ô! Lero-lero-lé-rô!

*Ao som e imagem de Lost, episódio 3x01 - A Tale Of Two Cities (pra aquecer!)

segunda-feira, fevereiro 1

Baboseira, baboseira

É, não consegui ficar nessa de título de post com nome de música, mas ainda assim tem referência: Super Pato, de Duck Tales! Ah, como esse desenho fez minha infância... Mas vamos ao que (não)interessa.

Há dois anos atrás escrevi um post sobre o Grammy. Lembro do comentário da Lévea, que era uma coisa bem te dou um dado?. Cá estou eu agora pra divagar sobre mais uma edição da premiação. Se há dois anos atrás a coisa girava sobretudo em torno de Amy Winehouse, hoje a mais indicada é Beyoncé, seguida pela menininha Taylor Swift, embora a real sensação pop do momento seja Lady GaGa. Até Sir Elton John se mobilizou pra se apresentar com ela. E olha, na minha opinião mobilizar Elton John = poder.

Pelo que eu vi até agora, no entanto, parece que a premiação está dividida, não estão pendendo pra entregar tudo a um só artista. Mas também, surge a questão: numa categoria em que estão concorrendo Taylor Swift, Kings Of Leon, Lady GaGa, Beyoncé... Qual é o critério? É por isso que eu nunca entendi o Grammy. Música é gosto pessoal. Meu irmão anda por aí balançando a cabeça ao som de coisas tipo Akon. Eu pulo e enlouqueço com Coldplay (sim, a banda que ficou famosa por ser meio melancólica). Pensaríamos então que faz sentido nomear então apenas os melhores em cada estilo musical, certo? Pois eu digo: errado. (Sentiu a vibe taxativa?) Se existe no mundo do rock a discussão ferrenha Beatles vs. Rolling Stones (acho pecado comparar Beatles a qualquer outra coisa que faz som no mundo, mas a discussão existe há anos e não parece que os fãs vão deixar ela morrer tão cedo. Se vocês querem saber minha opinião - desconfio que não, mas o blog é meu e eu faço o que quiser, há! -, acho que isso é coisa de fã dos Stones que não se conformam com a superioridade dos Beatles.)! Pode-se debater sobre quem tem mais técnica e coisas do tipo, mas é simplesmente impossível definir o melhor. O melhor album do ano. A melhor música. O melhor artista. Melhor em quê? São estilos diferentes, são propostas diferentes, são públicos diferentes. Eu não acredito no Grammy. Meeesmo.

sábado, janeiro 30

Lost!

E que bonito! Coldplay tem uma música que se encaixa perfeitamente pra falar da série super bombante Lost. Curiosamente, eu comecei a assisti-la no começo de 2007, quando estava na Alemanha. E agora, novamente habitando a terrinha da batata, presenciarei a última temporada dessa saga de mistérios.

O legal de Lost é que tudo parece ter uma explicação lógica. Parece porque obviamente todas as respostas serão dadas apenas agora, mas realmente não acredito que a coisa recaia num clichê sobrenatural e sim que, no final das contas, vamos ter um esclarecimento mais científico.

Tudo isso pra falar que estava eu fuçando pra lá e pra cá e me deparei com uma lista feita pelo pessoal do Dude, We Are Lost!, indicando os 10 episódios pra rever antes da estréia da 6ª temporada. Claro que eu fui correndo baixar tudo e minha meta é gastar mais umas nove horas de vida vendo episódios que eu já vi (o quê? Estudar? Ahn?). Tudo pelo bem de uma sexta temporada bem assistida, com (quase) tudo fresco na memória.


*Ao som de Coldplay - Lost!

Get Back

Eis que o blog me chamava. Então, depois de longos 7 meses, após um longo e tenebroso inverno, eis que resolvo retornar (mentira essa parte de após inverno, porque aqui a estação veio com a força toda e está insistindo em ficar e marcar presença com muita neve e temperaturas negativas). O motivo? Não que agora eu tenha finalmente dado um direcionamento à coisa, oh no, my dear... É que eu ando lendo tantos blogs que achei que exercitar a minha mente escrevendo seria bom. Sabe essa coisa de criança de ver os outros fazendo e imitar? Então, é isso mesmo, só que numa velha carcaça de vinte e... ops!, de alguns anos de idade.

Caso não se tenha percebido, há algum tempo venho usando nomes de músicas como títulos para os posts e assim pretendo continuar. Pra dar o tom, entendem? Quer dizer, podem ser títulos de filme também, agora que estou pensando melhor. Ou não. Vou deixar tudo em aberto porque promessas não são comigo.

Mas é isso. Seria bom se alguém que lê se manifestasse vez ou outra, porque é bom saber que tem alguém além de mim mesma lendo. Claro, isso é pura vaidade, but then again, quem nesse mundo de autores de blogs (não sou fã da palavra "blogueiro") não é vaidoso em algum grau, não é?

Até mais!

*Ao som de The Beatles - Get Back