quinta-feira, novembro 29

Cansei

Cansei. Acho que vou renunciar ao blog. É.

segunda-feira, novembro 26

Atrás de portas fechadas


Quando fechamos a porta de casa um novo mundo se abre: um mundo no qual você faz (praticamente) tudo o que quer, no qual você tem liberdade para agir de acordo com a sua escolha. Bem, isso é bom até certo ponto. Eu, por exemplo, descobri que adoro o ambiente à portas fechadas da minha casa. Mas quando se tem alguém por perto.


Estar absolutamente sozinha por um longo período de tempo não é de maneira alguma a melhor coisa pra mim. Descobri isso neste final de semana, quando fui privada do convívio com a minha mãe e irmão. A única exceção de vida eram as minhas gatas, mas elas provaram a mim mesma que nem animais de extimação eu posso ter. Ou seja: não estou preparada pra viver sozinha. Em absoluto.


De acordo com a experiência deste fim de semana, cheguei à conclusão de que eu acabaria por me tornar uma dessas velhas solteironas que só são descobertas mortas 6 dias depois da tragédia, e mesmo assim só porque o síndico está tentando há dias cobrar o condomínio ou porque o cara da farmácia estranhou o fato de ter uma caixinha a mais de Lexotan no estoque semanal e constatou que a "aquela senhora estranha" não tinha ido buscar o dela. Enfim, o fato é que eu mergulho num estado deplorável de rejeição social e tenho preguiça até de olhar pela janela pra ver como está o dia. Cozinhar pra que? Tem apenas uma pessoa. Pentear os cabelos? Hum, se eu precisar sair... E o pior é que, quanto mais longe de outros seres humanos, menor é a vontade de ter algum contato. É um círculo vicioso, um estado de inércia social.


Minha volta ao mundo normal ficou por conta da insistência da Sra. Martha Verônica e do resgate da Dona Lévia, que me arrastaram pra fora de casa num domingo chuvoso. E, claro, não vou tirar meu próprio mérito: apesar dos pesares, eu ainda não me desviei do caminho que conduz à não timidez.


Ainda não foi desta vez que eu resolvi fechar as portas.

domingo, novembro 18

Nowhere to go!!!

Às vezes incorporamos certos hábitos à nossa vida e nem nos damos conta: parece normal, parece parte do todo. É porque é. Acontece porque acontece. É automático.

Percebi isso ontem, sábado. Era como se o chão se abrisse sob meus pés: eu ia sair do trabalho às 17h e não tinha absolutamente o que fazer. For christ's sake, era um sábado à noite! Pois é. Apesar de quebrar a cabeça durante todo o dia pensando em uma coisa legal pra se fazer, descobri que pode ser bem difícil encontrar uma diversão em BH. Pelo menos uma da qual eu já não esteja enjoada (sim, porque uma hora cansa ir nos mesmos lugares e ver as mesmas pessoas). Por fim acabei voltando pra casa. Meio loser? É, concordo.

Aí caiu outra ficha: eu já não me divirto com a minha família. Até algum tempo atrás eu gostava dos sábados à noite com a minha mãe, que insistia pra que eu acompanhasse ela num vinhozinho. Sair pra fazer compras (de casa e de otras cositas más) também era uma coisa corriqueira e que me satisfazia. Assistir um filme, conversar no msn... Havia uma infinidade de coisas que eu fazia no conforto no meu lar. Se eu era satisfeita? Bem, não me lembro. Talvez tivesse menos amigos por isso.

Não estou reclamando do estado atual das coisas. Muito pelo contrário: eu gosto do jeito que está. Poderia ser melhor? Sempre. Mas eu estou satisfeita. A parte ruim da sociabilidade fica em momentos como os de ontem: não tenho pra onde sair! E agora, José?

A felicidade exorbitante do dia, no entanto, fica: último fim de semana de museu!!!!

*Ao som de Carla Bruni - Autumn

quarta-feira, novembro 14

Os últimos passos de uma mulher...

... com 20 anos. Por que em breve completo meus 21 anos. O que vai mudar? Na verdade, nada. Quer dizer, de acordo com a Lívia após a data do meu aniversário eu vou sair do inferno astral. Acho que já é mudança boa o suficiente.

Mas já tenho percebido algumas coisas. Exemplos: sociabilidade positivamente canalizada (Martha Veronika, isso não constitui promiscuidade de amigos!), melhora nos estudos, chegada do tormento mensal (este ponto só é positivo porque acabou com as cólicas dos últimos dias)... Além disso, ainda acrescente o ânimo para fazer qualquer coisa. Vindo de uma pessoa que tende a permanecer no mesmo lugar eternamente e tem preguiça de tudo, isso é mais do que excelente! Enfim, agora só falta ser rica, linda e dominar o mundo, mas eu não estou com pressa.


*Ao som de Gogol Bordello - Bublitschki

segunda-feira, novembro 5

De uma pra outra



Às vezes tudo parece se complicar. Outras vezes vai tudo tão bem que dá vontade de gritar pro mundo que você simplesmente não se importa com nada, que a felicidade é possível. No meio disso tudo eu me pergunto: existe um equilíbrio? Podemos não estar em nenhum extremo?

Ultimamente tenho tentado acreditar que sim. Tenho feito meus esforços pra ser otimista e estou satisfeita com os resultados. De fato consegui muito: estou numa situação que não imaginava ser possível. Pelo menos não em tão curto tempo.

Mas, como sempre, saímos de uma crise para entrar em outra. Se num ramo da nossa vida as coisas parecem estar se ajeitando, no outro não é bem assim. Talvez eu só tenha prestado atenção agora, depois que minha cabeça se desanuviou; agora que está possível me concentrar em outros aspectos. Então minha preocupação se deslocou do afetivo para o intelectual. Pra falar a verdade, eu prefiro esse tipo de preocupação, pois é muito mais controlável e racional. No entanto, não deixa de ser algo importante.

Bem, vou encerrar este post. Comecei a escrever pensando que renderia alguma coisa importante e construtiva pra mim mesma, mas já vi que vou só cair num lamento sem sentido. Muito melhor usar este tempo pra ir ler os textos para o debate em grupo de amanhã, não? Quem sabe dessa vez eu chego na aula com tudo lido e consiga articular uma fala ou uma pergunta pertinente?

*Ao som de Stardust Soundtrack