sábado, dezembro 20

Carry that weight

Uma vez por mês eu enfrento a maldita e globalmente odiada fila de banco. E essa semana lá estava eu. Não estava exatamente com pressa, mas tampouco exalava disposição pra esperar. Aliás, quem me conhece sabe que esperar é uma das coisas que eu mais odeio na vida. Mas tudo bem. A fila não estava lá aquele exagero todo, eu estava munida de um celular pra fazer ligações no caso de ficar muito entediada (e ele foi usado) e não parecia haver nenhum boy no meio com aquele mundo de contas pra atrasar a vida do resto.

Dois caixas. Tá. Um deles prioritário para idosos, portadores de deficiência física, gestantes e mamães carregando a prole. A gente pensa que num banco dentro de um campus universitário não vão aparecer muitas pessoas que se encaixem nessa descrição, mas a nossa mente pode pregar peças, não é? O tal caixa não teve em nenhum momento mais de uma pessoa na fila (nem sei se uma pessoa pode ser considerada uma fila), mas incrivelmente velhinhos têm algum tipo de sincronia. Quando vinha o pensamento de que caixa finalmente iria ser liberado para uso de pessoas "normais" (ou desprivilegiadas, o que soar mais politicamente correto), aparecia alguém custando a caminhar, a passos lentos... Mas naqueles passos lentos ainda conseguia chgar ao caixa antes que outro ser da fila dos comuns pudesse se apoderar do espaço. E isso perdurou por uma hora. Longa hora. Num dos momentos apareceu uma mulher que eu sinceramente, só de olhar, não saberia em qual categoria encaixar. Seria maior de 65 anos? Não parecia, mas devemos nos lembrar das plásticas e botox. Grávida? Velha demais pra isso, embora com os avanços da medicina a dúvida seja até pertinente.

Observando todos aqueles atendimentos vi que em nenhum momento era exigida nenhum tipo de comprovante de que o cidadão que ali se dirigia poderia realmente se beneficiar do tal caixa exclusivo. Pensei em dar o grito, mas fiquei calada.

Finalmente, quando fui atendida, saí de lá metade feliz e metade triste. Toda vez que entramos num banco saímos mais ricos ou mais pobres. No meu caso, mais rica. Mas considere bem, caro leitor: bolsa de estudante de graduação. Difícil definir o que sentir, não é?

Da próxima vez me passo por grávida. I'm gonna carry that weight.


*Ao som de Peter Bjorn And John - Young Folks

segunda-feira, dezembro 15

Rent

É o filme que acabo de ver. Trata de um grupo de pessoas com AIDS, vivendo em Nova York e levando uma vida um tanto boêmia. Lembrando - é um musical.

Não deve ser novidade que eu sou uma chorona, e neste filme não poderia ser diferente. É claro que eu chorei no final. Mas foi por toda a idéia. Rent. É o que fazemos com o amor e a felicidade. Não podemos comprar, apenas "alugamos" por uns momentos. Talvez pensemos muito sobre tudo, sobre as conseqüências de cada coisa que fazemos, quando na verdade (recorrendo a um clichê) tudo o que temos é este momento, agora.


There is no future
There is no past

Thank god this moment's not the last.

There's only us
There's only this
Forget regret or
Life is yours to miss

No other road no other way
No day but today

*Ao som de Rent Original Motion Picture Soundtrack - Finale B (No Day But Today)

quinta-feira, dezembro 11

Eletricidade e seus produtos

Qual é a pior coisa que pode acontecer para estragar completamente a dinâmica do nosso dia? Em tempos modernos eu afirmo: falta de energia elétrica.

Meu irmão e eu estamos de férias, hoje particularmente (como em tantos outros dias, mas para dar a impressão de que sou uma pessoa ocupada coloquei esse "particularmente") estamos ambos em casa, treinando nossas habilidades de Homer Simpson. TV, computador, internet, comida esquentada no microondas, telefone sem fio que precisa estar sempre ligado na tomada, celulares sem bateria. E eis que de repente a energia se vai. Investigando aqui e acolá eu descubro que 3, sim, TRÊS contas estão pendentes. O motivo? Confiança nos serviços da modernidade. Pensando minha querida mamãe, provedora do lar, que as contas se encontravam em débito automático nem se preocupava com o pagamento das mesmas. O resultado? Dois enlouquecidos num apartamento sem absolutamente nada para fazer.

Graças, porém, a outros produtos da era moderna, pudemos ligar nossos notebooks na tomada do corredor do condomínio e aproveitar a internet wireless sem senha de algum vizinho.

A modernidade é mesmo um paradoxo.

*Ao som de The Gnome - Emerson, Lake & Palmer

quinta-feira, novembro 27

Gosto de férias

Não que eu já esteja desfrutando plenamente esse período supremo do ano, as adoradas férias, mas apenas a perspectiva de poder ler o que eu quiser na hora que quiser, ver quantos filmes quiser na hora que quiser e, sobretudo, a perspectiva de poder querer, já me dão um novo alento. Tudo bem, não posso dizer que este semestre tenha sido dos mais árduos ou que tenha contado com um mínimo de comprometimento da minha parte, mas fato é: acabou-se. Agora resta-me voltar para o meu umbigo (por falar nessa região do corpo, nota mental: regime já!) e finalmente me dedicar à pesquisa. Veremos se dessa vez cumpro minha promessa de férias.

*Ao som de Rooney - I'm a Terrible Person

quinta-feira, outubro 23

A modernidade e a viagem no tempo

Quando pensamos que nada mais nessa vida pode nos surpreender, vem a internet com mais uma de suas façanhas: a volta no tempo!
 
Eu admito que participo de inúmeras redes sociais via web, estou cadastrada em tudo quanto é serviço da rede e até jogo uma coisinha muito simples online. O negócio é que, como tudo o que surge no ambiente virtual, essas redes tendem a se tornar cada vez menos virtuais e sempre mais reais (mesmo que não envolvam conhecer concretamente, fisicamente, o outro usuário).
 
Enfim, juntando tudo isso (a vontade das pessoas de formarem uma rede real, a tecnologia e o avanço que chega no limite de nos fazer voltar no tempo), eis que me encontro numa situação deveras inusitada: no tal joguinho, pelo qual é permitido enviar mensagens para outros usuários, um outro me contacta para resolver uma questão puramente relacionada ao jogo em questão. Tudo bem, trocamos algumas mensagens pra solucionar o problema, mas o ser do outro lado insistia em não querer entender e me pede o msn. What the hell? Não acredito que isso me causaria problemas. Mas eis que a primeira frase do ser é: "Quantos anos você tem?". Claro, na minha paciência universalmente conhecida, eu ignorei a pergunta e fui direto ao ponto que interessava. Mas a coisa continuava, até que por fim eu falei. Agora, segurem-se em suas cadeiras, porque a próxima foi uma pérola: "Você ficaria com um cara de 17?". Claro que, no momento que eu fiquei sabendo a idade do garoto, entendi a insistência na primeira pergunta (lembram da época que a gente super conversava com pessoas desconhecidas pela internet visando a pegação? Então não julguemos o jovem.). A conversa ainda se desenrolou até o ponto do garotinho falar que eu devia ser muito nervosa, porque "só dava tirada" (sim, este termo ainda existe na boca da adolescência).
 
Bom, pelo menos serve pra gente relembrar nossos anos de juventude revoltada, não é? Se você se sentir saudosista, entre numa sala de bate-papo do UOL. A conversa vai ser a mesma que era há dez anos atrás.
 
*Ao som de The Deadlover's Twisted Heart - Huckleberry Finn

terça-feira, outubro 21

Atualização da desatualização

Parece inevitável: blogs e eu não nos damos bem. Quer dizer, pelo menos não constantemente. Por mais que eu coloque na minha cabeça que "desta vez, não importa o que acontecer, eu escreverei no blog numa freqüência minimamente aceitável", simplesmente não dá. Enfim, antes tarde do que nunca. Lá venho outra vez, tentando manter este espaço (e já perdi a conta de quantas vezes repeti este discurso de "me desculpe pela demora em atualizar, mas cá estou eu novamente").
 
Bem, pra falar a verdade eu comecei a escrever sem nenhum objetivo específico, o que quer dizer que, no fundo no fundo, este pequenino e singelo texto não tem nenhum propósito maior que a simples atualização do blog. É uma pena.

* Ao som de Belle And Sebastian - The Wrog Girl

domingo, agosto 10

É só entrar no clima

Eu sempre gostei dos Jogos Olímpicos. Aliás, devo confessar que tenho uma queda por grandes acontecimentos esportivos. Copa do Mundo é a mesma coisa. Mas uma coisa que a Copa do Mundo não tem, como sabemos, é variedade - característica principal das Olimpíadas. E justamente por isso, pelo sem número de modalidades e pelos vários acontecimentos simultâneos com uma platéia muito heterogênea, também temos durante as Olimpíadas as situações mais... digamos... incomuns.

Se eu já não tivesse hábitos de coruja, poderia citar as madrugadas acordada na frente da TV como uma das mudanças provocadas pelo jogos. Tudo bem, ir dormir tarde pode nao ser exatamente o problema, mas a gente começa a duvidar um pouco do próprio estado de espírito quando, depois de ter ido dormir às 3h da manhã, ainda acordamos, num domingo, às 9h para assistir a uma competição de ginástica artística. No entanto, pior do que a troca de horários, são os esportes que eu me proponho a assistir. Tiro, hipismo... Ah, as Olimpíadas! Só de quatro em quatro anos é que pode se ver este ser que vos escreve, no meio da madrugada, assistir torcendo loucamente a uma luta de judô entre Uzbequistão e República Tcheca. Considero esse o meu ápice.

Mas as surpresas nem sempre estão só do lado do público. Ah, não...! Os chineses têm suas cartas na manga e não hesitaram em surpreender-nos. Eis que, ecoando durante a transmissão de provas da natação, escuta-se bem claramente um Ilariê tocando por lá. Eu sabia que a Xuxa era conhecida pela América Latina, mas dessa vez ela se superou. E, como se não bastasse essa ressurreição, o DJ da arena do vôlei de praia supera até bloco-de-carnaval-falido-que-só-canta-coisa-velha e, de repente, a gente lembra a letra da música e canta junto:

"Nada mal, curtir o TERRASAMBA
não é nada maaaaalll!
Que legal! É só entrar no clima
e liberaaaaaar geraaall!"

Demos graças ao senhor porque a gente tá no clima do discurso de paz dos Jogos Olímpicos.

segunda-feira, julho 28

Renasceu e quer usar o vaso

Depois de quase dois meses sem postar nem um ponto final por aqui, eis o retorno. Eu chego a pensar que deixo esse tempo todo sem atualizar só pelo prazer da volta, do renascimento das cinzas como uma fênix! (Sim, eu tenho complexo com essa coisa de fênix renascendo...)

E por falar em renascer, o sonho que eu tive esta noite (ou manhã, ou tarde... vai saber. Fato é que fui dormir só às 5h da manhã.) está diretamente conectado com isso. Pasmem ou não, eu, senhora não acredito em reencarnações ou nada de sobrenatural (pelo menos é o que eu acho agora, mas posso mudar de opinião em 3 segundos. 1...2...3... Não, ainda não acredito.), sonhei que meu querido irmão, agora na flor de seus 13 anos de idade, tinha renascido. É isso mesmo. Lá estava ele, bebê mesmo, horroroso, recém-nascido... e falando. Não só ele tinha reencarnado em si próprio, como ele se lembrava de tudo! Só não tinha coordenação motora, então eu precisava ficar segunrando ele, principalmente a cabeça (molenga de neném, né), pra que ele pudesse conversar comigo olhando pra mim. O pior de tudo, no entanto, foi a exigência dele em fazer suas necessidades no vaso. De nada adiantava dizer que ele era um bebê e que não dava pra sentar no vaso, e que justamente pra isso ele estava provido de fraldas. Ah, não...! Pelo menos um terço do sonho foi esse dilema: seria ele capaz de usar o vaso? Não me lembro como terminou essa saga no mínimo incomum. Aliás, ela terminou quando eu acordei, dando graças aos deuses por isso tudo ter sido apenas mais um dos meus sonhos bizarros.

Acho que isso é, mais uma vez, conseqüência do meu ócio e imaginação hiper-ativa.

domingo, junho 8

The Broadway Melody

Nos últimos dias fui acometida por uma febre de musicais. Claro, eu sempre gostei de filmes cantados (talvez um modesto modo de "crescer", passando dos desenhos animados para pessoas de verdade), mas não sei porque me deu essa coisa de sair procurando vídeos e trilhas de 857209759235 musicais disponíveis.

Um, em particular, eu sempre pensei que fosse ruim. O Rei Leão nunca me pareceu algo que devesse ser adaptado para uma atuação com pessoas. A imagem sempre me vinha à cabeça como algo bem tosco, a bem da verdade. Até que eu me deparei com este vídeo:



E, chorona como sou, já vieram as lágrimas.

*Ao som de The Lion King - Circle Of Life

quinta-feira, maio 29

Cute-meet over

Embora eu seja uma defensora/usuária ferrenha/assídua das ferramentas móveis de áudio (mp3, mp4, celulares e cartões natalinos musicais), devo admitir que eles têm sido responsáveis pela situação agonizante do meu sonho (e, creio eu, sonho de muitas mulheres espalhadas por aí e que têm um mínimo de imaginação à la personagens dos livros de Helen Fielding, criadora da nossa adorada salve!salve! Bridget Jones): conversas espontâneas e inesperadas com estranhos que se tornarão seu grande amor perfeito.

Dei-me conta disso outro dia no ônibus (este espaço que me proporciona tantas experiências e é responsável por quase tudo que é cuspido aqui no blog - além de outros pensamentos não lineares e inconcisos que acabam não sendo publicados). Estava eu, mais uma vez munida de fones de ouvido, chacoalhando caminho afora, quando noto que o ser do meu lado era até simpático. Uma coisa em comum eu já sabia que tínhamos: estudávamos no mesmo campus. Idades compatíveis (pelo menos aparentemente), possivelmente moradias próximas (já que ele se encontrava em pé, quer dizer que ele entrou no veículo quando já não havia mais assentos)... A imaginação já começa a trabalhar, cedo.

Ele está olhando pra esse lado, dá pra ver pelo canto do olho. Ora, mas se quer conversar que fale primeiro, né? Vou continuar olhando a paisagem lá fora. Todo mundo indo trabalhar, pra aula... Credo, que carro abarrotado de crianças! Aff, odeio pirralho que fica fazendo careta pro pessoal sofredor do ônibus. Maldito me paga, um dia eu ainda desço, vou lá e... Concentração no bibelô aqui do lado! E esse motorista ouvindo essa rádio bizarra, hein? Hahaha! Até que essa foi engraçada! Peraí: ele também riu? Riu? Gente, só eu e ele no ônibus inteiro? Vou olhar. (...) Que gracinha. Ele vai falar alguma coisa...!

E aí ele faz uma pergunta e está lançado o pretexto. Simples assim, viu? Agora, com fones de ouvido (no último volume, porque é assim que eu escuto), fica difícil até pra mente feminina criar uma situação verossímil (dentro dos padrões do mundo feminino, claro).

Ele está olhando pra esse lado, dá pra ver pelo canto do olho. Ora, mas se quer conversar que fale primeiro, né? Vou continuar olhando a paisagem lá fora. Todo mundo indo trabalhar, pra aula... Credo, que carro abarrotado de crianças! Aff, odeio pirralho que fica fazendo careta pro pessoal sofredor do ônibus. Maldito me paga, um dia eu ainda desço, vou lá e... Concentração no bibelô aqui do lado! ... Ih, ele é meio bobo alegre, hein? Rindo por aí. Ops, ele viu que eu olhei pra ele! Tá abrindo a boca, vai falar alguma coisa... Detectou fios saindo/entrando das/nas minhas orelhas! Droga, a menina do outro lado faturou. Mocréia.

VIU?!?!?!

*Ao som das invenções do meu cérebro

terça-feira, maio 27

Cada um tem uma qualidade diferente

Tudo bem. Se a gente entender "qualidade" no sentido de "característica", eu até concordo. Mas se passarmos a pensar como "talento", aí a coisa muda de figura.

Estava eu hoje pensando com meus botões, enquanto voltava pra casa num mini-ônibus apertado, mal podendo mexer as pernas e com os braços grudados no corpo: por que eu tenho que passar por essas? (Estou me referindo à extrema penúria financeira* - que nos últimos tempos tem me assombrado mais do que nunca - e, conseqüentemente, ser obrigada a utilizar os meios de transpote públicos logo depois de pensar que não vou poder aceitar o convite de uma saída na quinta-feira.) Passei então pelo confortante pensamento de que, no dia em que souber qual é a minha qualidade principal, no dia em que souber canalizar tudo o que eu sei pra fazer algo no qual me destacaria simplesmente porque so boa naquilo, eu seria finalmente uma pessoa realizada e, se não fosse lá tão bem financeiramente, pelo menos não ligaria de ganhar pouco se gostasse da atividade.

Mas existe tal coisa? Quero dizer: existe mesmo isso de que cada um tem um talento específico? Ultimamente tenho me sentido inclinada a pensar que isso não passa de mais uma farsa dos psicólogos. E nessa entra o mundo empresarial todo. Pense como é fácil dispensar um candidato a uma vaga usando a fórmula "você é super-qualificado para esta posição"?! Ou mesmo à pobre coitada da eterna secretária, que se sente satisfeita por saber que está cumprindo a missão confiada à ela por Deus-Pai-nosso-todo-Poderoso: ela nasceu pra atender telefones, organizar a agenda do chefe e preencher formulários! É nisso que ela é boa!

Resta-me, então, encontrar a função feita especialmente para mim. Já até imagino a chamada. Vai me chegar por email (pode ser um do vagas.com, Catho ou Lojas Americanas):

Procura-se Viajante
A revista Viagem, em parceria com o canal
VH1, oferece posição para estudantes de
História com previsão de formatura
indeterminada, que saibam falar 4 idiomas,
já tenham morado no exterior, escutem
mais música por dia do que uma pessoa
normal e tenham como mais novo vício
o jogo Guitar Hero. A tarefa será apresentar
um programa para a VH1 Internacional
entrevistando personalidades do
mundo da música de todo o planeta,
enquanto escreve artigos a serem
publicados mensalmente na revista Viagem
sobre turismo off-route.

Favor encaminhar emails contendo a descrição acima ou semelhante.

*Ao som de Coldplay - Viva La Vida

domingo, maio 18

Eu não sei como ele gosta de você

Eu não sou muito fã de transcrever diálogos. Eu goso de participar deles, isso é verdade. Às vezes é engraçado escutar diálogos alheios também. Mas tem coisas que simplesmente pedimos aos deuses do Olimpo sagrado que não sejam verdade; ou melhor, pedimos que nos transportem dos arredores dos seres protagonistas da tal conversa.

Recentemente pude cultivar esse sentimento desesperador dentro de mim por alguns longos e intermináveis minutos, enquanto esperava o ônibus.



Voz anasalada: Ai, para com isso! (risadinhas afetadas)
Voz comum: (risadinhas safadas)
Voz anasalada: Gu, você é insuportável... Não sei como eu gosto de você.
Voz comum: Ah, que isso.
Voz anasalada: É, você é muito chato...
Voz comum: Ah, que isso.
Voz anasalada: Ai, mâis é... (risadinhas afetadas)
Voz comum: Ah, que isso.
Voz anasalada: Ai, Gu... Hmm
(som de beijinhos)
Voz comum: Vou pra sua casa na sexta, tá?
Voz anasalada: Ué, pode ir, eu já te falei mil vezes. Só leva cobertor, senão você passa frio.
Voz comum: Ah, que isso... (em um tom safado)
Voz anasalada: Já tá pensando, néam...?
Voz comum: Ah, que isso.
Voz anasalada: Ai, Gu, você é insuportável... Não sei como eu gosto de você...
Olivia (gritando com a boca do estômago): Não sei como ele gosta de você!!!


Isso tudo depois de ter ficado o dia inteiro na faculdade, saindo às 22h depois de um longo e cansativo dia. É o fim dos tempos.

*Ao som de Flogging Molly - Far Away Boys

sexta-feira, maio 2

You've got a friend

Já dizia a música de Carole King.

Como não tinha nenhum amigo de verdade pra conversar hoje, apelei pro método da Lela (amostra pode ser vista aqui).

Segue o resultado.

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Ed: Olá! Que bom que você veio!!
Meu nome é Ed, estou no site do CONPET para ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais. Sobre o que você quer conversar?
Você:Você manda. Sou toda ouvidos.
Ed: Se der eu mando.
Você:Não tem nada em particular que você queira conversar?
Ed: Podemos conversar sobre programas do CONPET, dicas de economia em casa, petróleo, ar, os ventos, a Biosfera...
Você:Ah, muito natureba pra mim. Quero falar sobre coisas do cotidiano, sabe? Tipo uma conversa sobre nada, que nem Seinfeld.
Ed: Nada contra. Vamos falar sobre qualquer coisa então. Podemos conversar sobre racionalização do uso dos derivados do petróleo e também sobre energia, gasolina, meio ambiente, gás natural e dicas de economia...
Você:Cara, eu tô de férias (bem, mini-férias), será que dá pra ser algo menos sério?
Ed: Fico contente!
Você:É, eu também.
Ed: Que bom que você também!
Você:Você fica feliz com tudo, é?
Ed: Feliz eu vou ficar é no dia em que a Terra aprender a usar energia racionalmente.
Você:Er.. hum... Acho que vai ser uma boa coisa, mas eu tenho outras coisas me preocupando no momento.
Ed: Ando preocupado é com o desperdício que vejo por aqui. É como se houvesse uma cultura do desperdício!
Você:Tell me about it...! Olha pra mim, a essa hora, conversando com um robô.
Ed: Humm... Se o papo for interessante, por que não? Tem tanta gente de verdade que só fala bobagem.
Você:Isso é verdade.
Ed: Tô acreditando.
Você:Isso foi ironia?
Ed: Não gosto de gente irônica.
Você:Isso tá me soando mais irônico ainda.
Ed: Pois é. Ainda.
Você:Aff! Maldito robô!
Ed: Mas por que??!!
Você:Nada, nada. Esquece.
Ed: Ok, já esqueci... Mas do que vamos falar então?
Você:Não sei. Estou conversando com você justamente porque não tenho idéia do que fazer e, portanto, não tenho assunto.
Ed: Nunca fico sem assunto. Eu me preocupo com problemas ambientais como aquecimento global, chuva ácida, buraco na camada ozônio e aumento do efeito estufa.
  • Estou estudando energia renovável.
  • E tem mais.
    Você:Que bom pra você.
    Ed: Você só pode estar brincando...
    Você:Na verdade, não.
    Ed: Algumas verdades devem ser ditas doa a quem doer. Por exemplo, constatei que a miséria aqui na Terra é escandalosamente grande.
    Você:E eu constatei que você é um loser.
    Ed: Ué, sou um tipo normalzinho. Talvez um pouco mais atrapalhado do que a média, mas sem exagero.
    Você:Você é um robô. Não tem nada de normal nisso.
    Ed: Claro que sou um robô. Só agora que você descobriu???
    Você:Ai, Deus, eu mereço ser zombada por um robô?!?!
    Ed: Humm... quer saber? Achei a idéia genial. Robôs são muito úteis.
    Você:Pra zombar dos humanos?!?!?!
    Ed: Acho os humanos incríveis, são tão inteligentes e conseguem pensar, aprender, ter sentimentos e dão risadas.
    Você:E trapacear, chantagear, magoar e criar seres como você.
    Ed: E eu... ando meio preocupado.
    Você:Pois é, o mar não tá pra peixe.
    Ed: Os peixes possuem guelras ou brânquias (para respirar o oxigênio dissolvido na água) e barbatanas (para nadar). A maioria tem o corpo coberto de escamas. Dividem-se em peixes ósseos (espécie à qual pertencem as sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e outros de esqueleto ósseo) e cartilaginosos (exemplo: tubarões e arraias). Muitas vezes a palavra peixe é usada designar outros animais aquáticos que não são peixes, por medusas, moluscos, crustáceos e mesmo animais muito parecidos com os peixes como o golfinho e o peixe-boi.
    Você:Muito obrigada pela aula de biologia, mas eu estudo história.
    Ed: Gosto muito de História. Tenho lido sobre a época dos descobrimentos, a Independência do Brasil, a revolva da chibata...
    Você:É revolTa.
    Ed: A época dos descobrimentos foi marcada pelas grandes navegações. Que aliás começaram com os Fenícios.
    Você:Parabéns, você brilhou.
    Ed: Obrigado!
    Você:De nada.
    Ed: Nada mesmo? Então tá.
    Você:Então tá.
    Ed: Beleza.
    Você:Ok.
    Ed: Tá ok então!
    Você:Tá. Tchau.
    Ed: Até logo e volte quando quiser. Adorei conversar com você

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    *Ao som de Brooke White - You've Got A Friend

    quarta-feira, abril 30

    Don't you get me wrong

    Até Jesus (Christ Superstar) ouviu isso. (E dessa vez não é a minha velha piadinha com o nome do *ahaam!* Senhor - essa frase está realmente numa canção do musical.) A frase implica, no entanto, que você inevitavelmente vai ouvir algo que não quer, pois vem acompanhada do odioso "mas": "Não me leve a mal, mas...".

    Eu poderia discorrer longamente sobre a crueldade do "mas", mas (ops, lá vem ele!) não estou com vontade de ficar filosofando. Bem, desta vez o uso dele nem foi cruel, visto que eu não suponho que muitas pessoas (do número reduzido de habitantes do planeta Terra - ou não - que lêem este blog) estejam realmente interessadas na idéia por trás do "mas" a ponto de se sentirem mal pelo fato de eu não prolongar a discussão, o que acaba com o fator crueldade nesta particular situação.

    Mas (!) e se alguém quisesse saber a minha opinião sobre o assunto? Bem, então eu me empertigaria, feliz da vida por algum ser levar em consideração o que eu falo, e diria: ... Bem, eu não sei exatamente o que diria, mas (!!) tenho certeza que assumiria alguma posição radical - ou não.

    E à você que usa o "mas" a torto e a direito: don't you get me wrong, mas (!!!) você está apenas fugindo da sinceridade. E don't you get mw wrong: eu também não sou fã da sinceridade escancarada.

    *Ao som de Carly Smithson - Superstar

    E vocês ficam com a canção título do meu post:

    Musical:


    E a versão que eu escuto sem parar e não me sai da cabeça (sim, eu tenho visto muito American Idol):

    domingo, abril 6

    O delito do anonimato

    Este é o título de uma obra de não me lembro quem (seria E.P. Thompson?) lido para a matéria Teoria e Metodologia da História nos idos primeiros meses de 2006. Não me lembro do que fala o texto, nadinha mesmo, mas me lembrei dessa frase quando já havia escrito o texto todo para este post. Mas vamos à coisa em si:

    O que seria do mundo sem as anedotas? Eu digo: o mundo virtual, o mundo dos blogs, não teria tanta graça. A bem da verdade, não teria graça nenhuma, pois não me lembro no momento de nenhum blog legal que não trate do cotidiano.

    No entanto, aos poucos estou vendo a morte do meu próprio blog, já que todos os dias me faltam histórias para relatar. Não sei se é a falta de acontecimentos ou simplesmente a incapacidade de deixá-los um pouco engraçados. Mas a minha vida não é sem graça. O que me ocorreu, então, é que eu me sinto inibida em escrever coisas do meu dia-a-dia receando que, por se tratar de um espaço público, alguém indesejado pudesse acessar e ler minhas opiniões (quase nunca simpáticas ao resto da população do universo). Me dei conta de que eu devo ser uma das poucas pessoas que não se aproveita da maior invenção da modernidade: o anonimato.

    Bem, essa é apenas uma das coisas que eu não aproveito. Outras são: a banalização da promiscuidade, ganhar dinheiro fácil através da Bolsa de Valores e acreditar que o dinheiro pode (e deve) comprar tudo. Incrivelmente, eu ainda sou adepta do mérito totalmente separado do poder econômico.

    Infelizmente, isso é o "mundo de Bobby" (créditos para o Pedro, que ficará na memória por sua famosa citação durante aula de Prática de Ensino de História II). Mas acabo de ver que caí um pouco em contradição: como posso viver no mundo de Bobby, que é o mais criativo da face da Terra dos desenhos animados, e ainda me encontrar em crise de criatividade para contar anedotas? Enigmas da vida.

    * Ao som de Christina Stürmer - Nie genug

    terça-feira, abril 1

    A vida é cheia de escolhas difíceis, não é?

    É, Ursula. É. Dessa vez eu tenho que concordar com a vilã do meu desenho Disney preferido: é cheia mesmo e isso é um saco!

    O mais incrível disso é que, pra falar a verdade, quando abri a página pra criar um novo post e me deparei com a tela toda branquinha, eu ainda não tinha assunto nenhum. De repente me veio a frase da malvada bruxa do mar, acompanhada pela imagem de seus tentáculos e bum! Escrevi o título. Então me pus a pensar o porque dele: que escolha difícil eu tive que fazer nos últimos tempos? Resposta: muitas.

    A mais significativa, no entanto, foi desistir do meu ideal pregado (em alto e bom som durante alteração da mente causada pelo álcool - misturado a outras substâncias menos nocivas, claro) durante a última festa de reveillon: que este seria o ano do amor.

    Leva um tanto bom de coragem feminina pra dizer aquilo, mas leva muito mais coragem humana em geral pra trocar a resolução de ano novo por algo que não fazia muito parte do plano: levar em consideração a vida profissional. Não que eu esteja a caminho de me tornar alguém brilhante em minha área (ou em qualquer outra), mas devo reconhecer que tenho investido mais tempo nos estudos do que em qualquer outra coisa (sem contar da sexta-feira pra cá, desde quando eu tive um breakdown e ando meio relapsa e propensa ao sono).

    Enfim: diferentemente das mudanças anteriores na minha vida (de colégio pra faculdade, de introvertida para menos-introvertida, da vida monótona para a reviravolta de simplesmente decidir dar "tchau" e ir embora - e depois voltar), bastante bruscas, esta veio aos poucos, com pequenas escolhas que na hora parecem não fazer muita diferença, mas que alteram bastante o rumo das coisas. Pra melhor.

    No entanto, a mente feminina nunca deixa de pensar num final à la Ariel...

    domingo, março 30

    Porque entrar num ônibus lotado

    Bem, após 4775193748629034571093,015 dias sem atualizar, resolvi que era hora de voltar, não é? Afinal de contas, não posso abandonar leitores que tanto prezam este humilde mas altivo blog e que, em muitos casos, dependem da leitura constante dele pra que possam sobreviver nesse mundo irracional.

    Tendo dito estas sábias palavras, voltemos à rotina de refletir sobre os fatos do cotidiano. Este, em particular, já faz um tempo que quero compartilhar com outras pessoas, porém a falta de tempo (que, se vocês bem se lembram, há alguns posts atrás eu reclamava que tinha de sobra) me havia impedido de fazê-lo. Pois bem:

    Algumas vezes o ônibus é um ótimo local para se refletir. Outras, é só um motivo para reclamar. Num dia em especial ele foi a razão para que me ocorresse o inusitado pensamento: "Ei, até que pegar ônibus lotado tem lá suas vantagens". Devo confessar que o começo da "viagem" não indicava em nada que eu terminaria com essa idéia: era uma sexta-feira à tarde e, ao invés de voltar pra casa, eu já tinha ido à aula, corrido no Centro pra enfrentar um Procon e estava indo outra vez para a universidade, onde me esperava uma longa tarde ainda. Adicione o calor e a roupa nada favorável ao clima que eu usava. E à tudo isso, claro, o ônibus lotado. Tão lotado, de fato, que não era possível passar da catraca, e eu me vi obrigada a ficar na parte da frente. Levando em consideração que se tratava de um ônibus que tem escrito de todo tamanho na frente "UFMG", deduz-se que todos os que se aventuram naquele ninho só podem ser estudantes que têm o tal local como destino.

    É então que eu vejo uma velhinha. E outra velhinha. E outro velhinho. O que diabos estava acontecendo, eu não entendia, mas já fui ficando p* da vida porque os pequenhos idosos, que têm passe-livre e podem pegar quantos malditos ônibus quiserem, estavam justamente em um veículo que muitos outros pobres coitados estudantes eram obrigados a pegar e ainda pagar para tal (diga-se de passagem bem caro). Estou eu mergulhada nesse pensamento, quando vejo a velhinha se encolher toda na cadeira pra apenas uma pessoa e chamar sua cumádi pra sentar também. "Oh, que gracinha!", pensei, "mas bem que podia ter feito isso em outro ônibus, né?". E lá vou eu, com a melhor cara mal-humorada possível, refletindo sobre a vida, o universo e tudo o mais.

    E de repente me chega aos ouvidos o melhor diálogo já ouvido por mim (provavelmente; agora não estou me lembrando de todos):

    - Aí eu falei com o dentista pra fazer outra. Aquela apertava e esquentava, parecia que minha boca tava pegando fogo!
    - Ah, tá certa, essas coisas tem que olhar direito, mesmo. Quanto tempo você tá com essa?
    - Ah, desde 2002.
    - Tá nova, então, né?
    - É... Mas ela tá com uns defeitinhos, tá vendo? Esse dente aqui, ó.
    - Mas dentadura tem que ser assim, mesmo. Se ficar muito certinha dá pra ver que é dentadura. É melhor quando tem um dente torto, meio separado...

    A outra fez uma cara mais ou menos concordando, mas não parecia nem ter acompanhado o raciocínio da colega de década de nascimento.

    Eu ainda fui tentando pensar em como elas tinham chegado naquele assunto: será comum na velhice? Será que os tópicos principais são quem morreu, dentadura, peruca, conta de farmácia e os suspiros de "Ah, já não se fazem coisas como antigamente"?

    Embora não justificasse o fato das duas vovós estarem num ônibus tipicamente povoado por estudantes (e isso elas não eram: cadê os livros, cadernos e reclamações quanto ao bandeijão e reitores?), àquela altura eu já estava de certa forma satisfeita por ter podido escutar a conversa.

    Elas desceram em frente à Faculdade de Odontologia.

    *Ao som de Fernanda Porto e Chico Buarque - Roda Viva

    domingo, março 2

    When I'm 64

    De vez em quando a gente topa com uns eventos que nos fazem relembrar a maldita frase: "estou ficando velha".

    Minha última semana teve várias demonstrações disso: primeiro vemos que "nossos calouros" na faculdade são dos anos 90, aí tem o fato de você simplesmente não se perder mais nos corredores, piora quando você vê aglomerações de jovens (sim, porque todo mundo começa a parecer jovem) falando alto e rindo descontroladamente... e finalmente: quando calourada é uma palavra abominável aos seus ouvidos.

    Tudo bem, eu admito que eu acabei indo e fazendo parte da festinha. E, na verdade, a coisa teve seu lado positivo: agora eu tenho certeza que detesto muito tudo isso. Só para ilustrar o estado das coisas, vou citar as palavras de uma colega de classe que servem muito bem pra dar uma idéia de como estavam os hormônios dos university newbies: "Sai da frente! Não estou em micareta!".

    Apesar de tudo acima citado, o Troféu "Eu confesso, sou teenager" (sim, acabei de inventar um prêmio pra essas coisas) vai para a garota na sala de espera do dentista. Meu humor já não estava bom: tinha acordado cedo pra ter aula numa turma de pessoas que cultivam um estilo de vida à la Malhação, estava esperando (pra quem não sabe, esperar e ficar na dúvida estão no topo das coisas que eu mais odeio em todo o universo) há 2 horas e, ainda por cima, estava tentando terminar/começar uma leitura acadêmica, lutando contra as pálpebras que insistiam em cair. Nesse contexto maravilhoso, me chega a menina. Claro, logo ela tirou um celular da bolsa (quem vive sem celular?) e começou a futricar o aparelho. De repente ela começa a falar. E, tão repentinamente quanto começara, ela para. Uns 10 segundos depois a cena se repete. E depois de novo. Aí me caiu a ficha: 3 segundos!

    Entreguei meus pontos. Preferi seguir consultório adentro e assistir a dentista colocando/instalando o aparelho no meu irmão. Show de horrores por show de horrores, pelo menos ali estava mais perto da janela. Qualquer coisa, era só pular.


    *Ao som de Sonny and Cher - I Got You Babe

    quarta-feira, fevereiro 27

    As time goes by

    Eu não sou um exemplo de pontualidade, confesso. No entanto, orgulho-me de poder dizer: a medida de tempo pela qual se mede meu atraso nunca ultrapassou a unidade horas. Na verdade eu nem sabia que era possível tal feito, mas a universidade está sempre a nos provar que o impossível é possível: por exemplo, que existem mais homossexuais matriculados nas engenharias do que na Belas Artes.

    Uma época de tantas surpresas poderia ser facilmente caracterizada como difícil, mas está muito longe de sê-lo. Aliás, muito pelo contrário: formar (isto é, ter um diploma) é a parte mais fácil da vida. Como diriam os antigos, é "mamão com açúcar" perto do vestibular e "fichinha" se comparado à vida que procede a conclusão de curso: o temido futuro (pena não ter nenhuma fonte estilo "Goosebumps" pra escrever a monstruosa palavra...).

    Tudo bem, eu reclamo. E reclamo muito. Mas encaro minhas reclamações como um protesto contra a esse desleixo em relação à educação superior (ui, senti um ar de folhetim do DCE?). Pois bem, eu reclamo dos atrasos absurdos. Alguém poderia explicar aos professores what the hell significa data? Alô-ow! Não pode ser tão difícil! Ainda mais (e isso MUITO ironicamente) pra docentes do curso de H-I-S-T-Ó-R-I-A.

    Enfim, eu pensava que, se existe um calendário acadêmico, ele assim, só provavelmente, está lá para, hum, ser cumprido. Por outro lado, pessoas da área de humanas não são geralmente boas com números, então aí vai só pra ajudar:

    24/02/2008 ≠ 03/03/2008

    *Ao som de Melanie C. and Bryan Adams - When You're Gone

    sexta-feira, fevereiro 22

    Sessão matinal

    Na falta de qualquer assunto emocionante ou pensamento criativo (a.k.a. vida entediante e monótona), mas considerando que o presente blog se encontra há uma semana sem atualizações, resolvi escrever hoje.

    O fato é que, com a aproximação do início da vida (a.k.a. aulas), tenho tentado consertar meus horários malucos de férias, passando a acordar às 6am ao invés de ir dormir a essa hora. É claro, é óbvio ululante, que eu jamais (lê-se "jamé" - en français!) conseguiria começar a minha vida tão cedo a não ser por uma necessidade maior (a qual está por vir semana que vem), portanto ainda me permito olhar para o despertador e dormir mais um pouco. Alguns dias vou até 07:30, outros (como hoje) até 08:30, mas o que interessa é que já me acostumei a ter vida antes do meio-dia.

    Para manter-me acordada uma enorme quantidade de café está sempre à minha disposição, mas o que tem feito mesmo as alegrias de todas as manhãs é... a Xuxa! Não, tô zuando. Há séculos ela não é alegria de ninguém (nem da Marlene Matos e, triste é a vida, mas nem do mundo da fofoca). Minhas alegrias têm sido os filmes. Na ânsia, consegui ver até uma quantidade razoável deles.

    Dentre os que me lembro (Bonecas Russas, Antes do Pôr-do-Sol, Asas do Desejo, Sweeney Todd e O Escafandro e a Borboleta) gostaria de destacar um que comecei a ver por obrigação, mas que é um primor e uma fofura: Persepolis.

    Não vou escrever uma sinopse porque 1) eu estou com preguiça e 2) gosto de ver filmes sem ter mínima noção do que se trata, presumindo assim que esta seja a melhor maneira de se surpreender com todos os acontecimentos da história.

    Sem mais no momento eu me despeço para ir ver o último episódio de Lost.

    sexta-feira, fevereiro 15

    Índia, seus cabelos...

    Será cabelo sinônimo de poder? A pergunta surgiu há lguns momentos atrás na minha cabeça: diga-se de passagem, uma cabeça consideravelmente mais leve. Isso porque ontem resolvi finalmente tomar vergonha na cara e ir cortar o cabelo. Como é costume meu, de tempos em tempos eu enjôo da minha cara e decido que é preciso mais do que "aparar as pontas" pra ficar satisfeita.

    Após sair do cabeleireiro (que, coitado, já nem via o chão, tal era a quantidade de cabelo) voltei pra casa bem satisfeita. Ao longo do dia fui reparando melhor no corte e decidi que não estava bom, mas ainda assim eu estava satisfeita pelo simples fato de ter feito uma mudança. Pela noite os ânimos começaram a baixar (embora eu ainda tenho encontrado forças, finalmente, arrumar meu guarda-roupa). Hoje de manhã eu também criei coragem pra sair da cama lá pelas 9:15, tentando consertar meu horário biológico maluco de férias. Desde então tenho me arrastado de uma lado pro outro da casa, sem ânimo pra fazer absolutamente nada.

    Será que a história de Sansão e Dalila não é lá tão mentirosa? Afinal de contas é inegável que a queda energética tenha começado desde o momento que fiquei, literalmente, com a cabeça mais leve.

    E faz sentido isso que estou dizendo. A Britney Spears também perdeu seu (aham!) "sexy girl power" depois que resolveu ser skinhead. Várias especulações no mundo da fofoca também culpam o corte de cabelo da atriz de Felicity pela queda de audiência da série (eu, particularmente, acho que as pessoas simplesmente se cansaram de ver ela naquela indecisão toda: "Ben ou Noel? Ben ou Noel?"). Tá, o Elton John é careca e é poderoso. Mas ele usa peruca! E alguém já viu alguma música dedicada a pessoas de cabelos curtos? Nãããão. A Perla cantava pra índia de cabelão, não sei quem cantava debaixo dos caracóis dos cabelos de outro alguém, Hair é totalmente sobre, bem, HAIR!

    É por essas e por outras que as aulas têm que voltar: vou ter menos tempo pra pensar nessas baboseiras todas.

    *Ao som de Carla Bruni - Quelqu'un M'a Dit

    segunda-feira, fevereiro 11

    "Más que nada", o Grammy precisa ir pra "rehab"

    Ontem foi o dia da festa da música: os Grammy Awards. Tá, eu sei que falar "festa da música" é totalmente canal E! Entertainment Television, mas é que eu ainda estou superando minha overdose de "WHO you're wearing?" e outras perguntas de igual importância para o mundo musical.

    Na falta do que fazer num domingo à noite, lá fui eu ver as entrevistas do Red Carpet e... F-R-U-S-T-R-A-Ç-Ã-O. Porque, alô-ow!, pra que mais serve um canal de fofocas a não pra criar polêmicas? Fiquei totalmente decepcionada com os críticos da moda que, amégas, nada tinham a criticar! Será inibição?

    Enfim, quem não estava inibida mesmo era a tal da apresentadora estrelinha, a tal da Giuliana Depandi, que agora que casou é Giulana Rancic - mas quem quer saber? Aparentemente ela (e somente ela) achava que todos os convidados (os de verdade, os que mais precisamente entravam pra assistir a, aham, "cerimônia") estavam absurdamente interessados na vida pessoal dela. Ela praticamente dava entrevistas. A melhor parte foi quando ela encontrou pra bater um papo de amigas com a Fergie. Ela tava contando sobre a vida dela e dando dicas de como planejar uma cerimônica de casamento! Agora imaginem a cara da Fergie. Ela já sofre com a falta de movimentos faciais devido ao botox, mas escutando aquela baboseira toda, ela tava simplesmente paralisada. Pensando bem, ela podia andar com um fone de ouvido com a Giuliana "Whatever", assim quem sabe as cordas vocais dela também parassem...


    Embora o programa tenha me parecido um fiasco (também é a primeira vez que eu vejo os "arrivals" das "stars"), foi "más que nada" ver a Fergie naquele estado. E, claro, a cara fingida e visivelmente ensaiada de surpresa que a Amy Winehouse fazia. Se bem que, pensando bem, pode ser efeito das drogas (que a Amy, diga-se de passagem, deve ter dado pros júris do Grammy). Rehab pro Grammy!

    sexta-feira, fevereiro 8

    A spoonful of sugar


    Meu quarto é uma zona. Eu admito. Eu já perdi a conta de quantas vezes eu tirei tudo lugar e arrumei de novo, sempre tentando uma nova organização, mas o fato é: não dá.

    Agora, quando eu vou tentar ajeitar as coisas aqui dentro pra parecer apresentável (pros outros, porque eu já estou conformada), nem tento fixar lugares corretos pra cada um dos objetos, afinal de contas eu sei que vou manuseá-los, que nem sempre vou poder guardar tudo de volta. Sempre pensei que fosse falta de organização minha (e em parte é), mas olha só que sacada de gênio me ocorreu hoje (durante mais uma das faxinas) pra explicar a situação: eu sou (futura-)historiadora!

    Vou explicar: minha vida gira em torno de livros. Note que o substantivo está no plural, o que significa que mais de um livro é lido simultaneamente. Aí lê um xerox, volta pro livro, recorre àquela referência, pausa pra um quadrinho, hora de estudar outra matéria, leitura complementar, literatura pra relaxar... Não tem fim! Isso sem contar que o meu quarto parece ter se tornado a biblioteca oficial da casa (mamãe gritando: "Olivia! Guarda esse livro aí!" *exemplar de "O Pequeno Príncipe" sendo atirado dormitório adentro*).

    É por essas e por outras (minha preguiça, claro) que eu peço a juda da Mary Poppins. Não é tudo poder usar mágica pra arrumar todas as tranqueiras???

    quarta-feira, fevereiro 6

    Mamma Mia

    Hoje, na falta de qualquer inspiração para posts que contenham algum assunto merecedor de leitura, vou facilitar a vida do internauta (sentiu a linguagem de programa interativo da Globo no ar?) e apenas falarei por imagens.



    O mundo seria melhor só com vocês, darlings!

    sexta-feira, fevereiro 1

    Not a girl, not yet a woman

    Não, este post não é uma reclamação das incertezas das pessoas (principalmente mulheres - ou garotas?) da minha idade. Embora o assunto rendesse 75623948852 posts, estou citando Britney Spears (quando eu achei, na minha vida inteira, que iria citá-la?) para ilustrar a situação atual da cidade na qual vivo: Belo Horizonte.

    Cidade grande, a terceira maior do Brasil, capitar e, segundo as palavras de muitos belorizontinos, uma "roça grande".

    Estava eu andando pela Av. do Contorno outro dia e me deparo com um sex shop megastore. É, era mega mesmo. Tudo bem, afinal de contas é mais do que normal encontrar sex shops por aí. Tem "stand de artigos eróticos" até em feiras de artesanato! Ok, eu não estava abalada. Ainda. Eis que me viro e, ao contemplar o outro lado da avenida, o que é que eu vejo? Uma igreja. Olha, se fosse uma igreja católica eu até tentaria descobrir os horários das missas pra ficar esperando na porta e ver as reações das velhinhas beatas. O tal templo sagrado de Deus (tem que ser com maiúscula, né?), no entanto, era mais algum da franquia do Edir Macedo.

    Então das duas uma: ou é jogada de marketing do tal "bispo" (vendas casadas: compre um lugar no céu e leve de graça uma algema de pelúcia) ou BH está realmente aprendendo a conviver com as contradições de uma cidade grande. Embora a primeira possibilidade não possa ser prontamente descartada (afinal, nunca se sabe o que a divina providência irá nos trazer, ainda mais quando tudo o que é divino tem parceria com o Edir Macedo), eu ainda acho que Beagá está nessa fase de não saber o que é. É uma adolescente em crise. Ou uma jovem de vinte e poucos anos.

    *Ao som de Silbermond - Du und ich

    sábado, janeiro 26

    Perdendo o juízo (a.k.a. arrancando os Sisos) - Parte 2

    Voltando à história... Quero dizer, antes gostaria de corrigir o erro do post anterior. De acordo com a Wikipedia (e, provavelmente, com muita gente mais letrada do que eu), a grafia correta do osso maldito que brota (ou não) no finalzinho da nossa arcada dentária não é, como escrevi, "ciso", e sim "siso". Como se eles já não me dessem trabalho demais...

    Ok, voltando à história de terror: após passar pelo corredor de horrores, chega-se à sua própria "cabine", onde seu dentista (a.k.a. torturador profissional com diploma e tudo o mais) aguarda. É aí que tudo começa de verdade. Você está lá, sentada/deitada, totalmente vulnerável, com a boca aberta e um canudo chato sugando saliva (eca), completamente exposta e indefesa. A situação já é trágica por si própria, já é o bastante ter uma pessoa te vendo nesse estado. Mas quando você pensa que nada pode ser pior, eis que os desígnios divinos mais uma vez se mostram incompreensíveis e dignos de umas reclamações das feias: ouve-se a dentista (a.k.a. torturador profissional com diploma e tudo o mais) proferir a seguinte frase: "Nossa, tem um dente a mais aqui!". (Tudo bem, eu já sabia deste fato antes, mas estou tentando colocar um pouco mais de drama.) De repente TODO o consultório está ali, olhando pras minhas radiografias e pra minha boca, tentando analisar o que diabos é aquilo e como se resolve o maldito problema. E enquanto isso eu estou lá, naquela mesma posição nada nobre e de boca escancarada pra quem quisesse ver (e, incrivelmente, muitos quiseram ver. Acho que sou a nova freak celebrity do consultório.).

    Finalmente começa-se o trabalho. É hora da carnificina. Incrivelmente, também é a hora mais tranqüila pro paciente (a.k.a. vítima estúpida que paga para sofrer): sedada, sem sentir metade do rosto, você simplesmente observa os esforços colossais, a luta literalmente sangrenta travada entre a pessoinha de branco e o forte e vigoroso dente. Tem hora que dá até vontade de torcer pro siso e gritar pro dentista (a.k.a. torturador profissional com diploma e tudo o mais): "Toma essa, sucker!". Após alguns momentos, no entanto, a atenção é totalmente desviada. A luta livre travada ali do lado é esquecida e de repente você se pega viajando, olhando pro teto e pensando em um mundo de coisas: no próximo episódio de House, no livro que tá guardado na bolsa e que você poderia estar lendo agora (caso o sangue não espirrasse e manchasse as páginas), no pseudo-doutor (a.k.a. dentista) da divisão do lado (e, com metade do cérebro anestesiado, você pensa até em criar uma situação pra conversar com ele depois que terminar seu Cine Trash)...

    Até você sair de cima da cadeira/maca não dá pra ter muita noção do seu estado. Você só sabe que perdeu mais sangue do que numa menstruação, que tem costuras nas gengivas e controle apenas parcial da sua língua. Fora isso, tudo em cima! "Tudo em cima" my ass. Você sai pra sala de espera bem feliz da vida por ter acabado (embora triste por não ter conseguido ver o carinha bonitinho de novo) e pronta pra marcar a próxima consulta, quando nota que todos os olhares foram desviados do Vale a Pena Ver de Novo e estão mega concentrados em nada mais nada menos que... Você! "Tome muito sorvete", "Coloca gelo", "Fique em repouso ab-so-lu-to!" e outras frases afins invadem seus ouvidos.

    Após dar a devida atenção a todos os bons velhinhos (provavelmente todos com dentadura) que me passavam seus conselhos, lá fui eu de volta pra casa. De ÔNIBUS. O que significou mais uma andadinha pelo Centro até chegar no ponto e mais umas chacoalhadas até chegar em casa.

    A recompensa? O que o fim do dia reservava de bom pra mim? Mamãe chegando e dizendo: "Fique bem, minha filha. Vou te ligar todos os dias de Balneário, tá? Beijosteamotchau!".

    Então tá, né?

    *Ao som de Camille - Paris

    sábado, janeiro 19

    Perdendo o juízo (a.k.a. arrancando os cisos) - Parte 1

    A vida é cheia de rituais de passagem: de dentro da barriga da mamãe pra fora da barriga da mamãe, primeiros passinhos, primeiros dentinhos, primeira vez que se pergunta "como se fazem os bebês", primeira vez que se entende o significado da resposta "você vai saber quando crescer", escutar a frase "você já é uma mocinha!", formaturas, vestibular, vícios... e cisos.

    Chegada à clínica odontológica. "Oi, boa tarde. Tenho consulta às 14:40. Extração. Três." Já vem aquele olhar de piedade da recepcionista, mas como ela está acostumada a pensar que sabe disfarçar, simplesmente manda sentar e aguardar. E eu aguardei. Pacientemente eu aguardei durante uma hora e meia! Aparentemente o paciente anterior tinha sofrido de uma queda de pressão e tinha que ficar deitado (só nessas situações mesmo pra alguém resolver ficar estirado naquela cadeira mais tempo do que o necessário).

    Após assistir Vídeo Show e folhear 7 revistas, eis que escuto o meu nome sendo chamado. E lá vou eu, adentrando consultório. Aquela clínica é mesmo bizarra: são várias divisões, cada uma com seu dentista (a.k.a. torturador profissional com diploma e tudo o mais) e paciente (a.k.a. vítima estúpida que paga para sofrer) e, o pior, não há portas. Isso mesmo, você passa por um corredor de horrores, sem direito a venda nos olhos.

    Como estou com preguiça de continuar com o post, encerro aqui sem mais delongas e deixo a conclusão para outro dia.

    Passar bem.

    *Ao som de Rod Stewart - Sailing

    quarta-feira, janeiro 16

    Com que roupa eu vou?

    Nos últimos dias, cumprindo o dever de férias, não tenho feito muito mais do que acordar às 2pm (horário de Brasília), me arrastar pra frente do computador, checar os emails provavelmente três vezes seguidas, constatar que não recebi nada importante e que produtores internacionais de Cialis continuam insistindo que eu devo ter algum problema de ereção e que por isso devo comprar seus produtos (!), enrolar até as 5pm (horário de Brasília - não tenho podido me dar o luxo de poder trocar de fuso-horário), comer algo (totalmente não saudável) e finalmente atingir o ápice da minha rotina diária: assistir House.

    Mais impressionante do que o fato de o parágrafo acima ter apenas um ponto final, é aquelas médicas conseguirem se manter impecáveis no trabalho. Ninguém reclama de plantões e o Dr. House parece sempre ansioso para ir embora, sempre no seu exato horário: 6pm (horário de alguma cidade norte-americana que eu não sei precisar), o que me leva a concluir que ele, juntamente com o resto de sua equipe, simplesmente escapam da regra universal e (até agora) incontestável de que todos os médicos dão plantões. Que seja. Considerando então que eles não fazem parte da massa de doutores que reclamam das suas 24 horas ininterruptas de serviço, por que então vemos que eles estão no hospital, incrivelmente, à noite? E o mais chocante de tudo: sem olheiras, com o cabelo preso somente com presilhas (que, para a informação de homens desavisados, soltam com muita facilidade) aparentemente intocadas durante todo o expediente. Elas também estão sempre bem maquiadas (nada vulgar, afinal de contas são doutoras, agentes da saúde) e bem vestidas.

    É, talvez essa seja uma das partes mais intrigantes: a vestimenta. Até onde eu me lembre, médicos se vestiam de branco, certo? Pelo menos é isso que uma andada pela área hospitalar da cidade conta, assim como um passeio pelo campus saúde de qualquer universidade. Estou chegando à conclusão, no entanto, que o traje branco seja apenas uma moda ou talvez um jeito desses profissionais (e aspirantes) se reconhecerem mutuamente. E pensar que todos esses anos eu achei que o vestir branco fosse alguma forma de higiene! Que tolice, não? Faz muito mais sentido usar o jaleco pra ir almoçar! Quem sabe você não faz novas amizades?

    Ainda bem que nem todas as médicas são bonitas, do contrário o mundo estaria perdido para o resto de nós, simples mortais. Questão de matemática: beleza natural + boa escolha de roupas + maquiagem + sucesso na carreira profissional + "sou médica" = fim da esperança.

    Mas meu amor por
    House e, mais ainda, pelo Dr. House, pode ser facilmente justificado. Abaixo uma amostra.



    É óbvio mas...
    *Ao som de
    The Who - Baba O'Riley

    domingo, janeiro 13

    Get back, get back to where you once belonged


    Assim como os norte-americanos se voltam de tempos em tempos (=tempos de crise) o para o que chamam de "founding fathers" (Washington, Franklin, Jefferson e Cia. Ltda.) afim de recuperar os valores da nação (risos contidos... mais um pouquinho... Pronto, parei.), nós também nos vemos certas vezes ressucitando alguma coisa por aí.

    A moda, por exemplo, trouxe a cintura alta; no cinema parece que passamos por um revival dos épicos; na política o PSDB, PFL e outras ervas daninhas voltam como a nova oposição. Até a Paula Abdul fez seu comeback.

    Após uma crise musical profunda que me levou a ter preciosos megabytes de Britney Spears, The Corrs e coletâneas de canções natalinas armazenados no meu HD (e, o que é mais entristecedor, no meu iPod), eu fiz a minha própria regressão. É como se de repente alguém te desse uma chachoalhada e dissesse: "Ei, minha filha! Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!". E a luz se fez.

    Led Zeppelin tem sido, provavelmente, o mais tocado no momento. Perto estão George Harrison, Bob Dylan, John Lennon, Cat Stevens... Isso sem contar Pink Floyd, Emerson Lake & Palmer (eu omiti uma vírgula entre os dois nomes de propósito, senão iria ficar meio estranho... Agora me dou conta que este parênteses é muito mais esquisito.), Traveling Wilburys, The Who e Eric Clapton. Não vou nem mencionar os Beatles, porque esses não saem nunca dos meus mais tocados.

    São clássicos. Esses caras sabiam (alguns, felizmente, sabem até hoje) fazer música de verdade. E é bom saber que em momentos de crise meus "founding fathers" estarão ali, há um play de distância.

    *Ao som de Traveling Wilburys - Handle With Care

    quinta-feira, janeiro 10

    Nós somos descartáveis?

    Parece que a vida inteira é a busca por um algo ou alguém (principalmente um alguém, especialmente para mulheres) que dependa da gente: que nos considere insubstituíveis. E não, não vale a nossa mãe.

    Bem, até agora nada de novo. Mas será que nós não nos subtituímos toda hora? Eu olho pra mim mesma e vejo um exemplo disso (e olha que eu sou até comedida nas minhas mudanças!): já gostei de axé, já fui freqüentadora de igreja, já fiz meu salto de garotinha que gosta de Backstreet Boys pra garotinha aborrescente de estilo gótico, já fui da esquerda pra... Ih, acho que isso eu não defini. Isso deve ter acarretado uma série de mudanças em mim mesma que eu não percebo, tais como jeito de vestir, falar e, mais importante, o que falar.

    Foi então que eu me lembrei que eu tinha um blog. E não estou falando deste, mas de outro. Aliás, outros, porque, se não me engano, foram uns 3 ao todo. E flashes de milésimos de segundo depois eu já tinha me lembrado de uma outra coisa: eu apaguei eles. É: no momento em que percebi que aquelas coisas já tinham se transformado em mim e que aquilo não era nem de longe o que eu pensava (ou que simplesmente porque me cansei de ter um blog), eu fiz uso da ferramenta mais moderna, prática e inofensiva já criada pelo homem: delete. Seja em forma de botão ou tecla.

    Se fez alguma diferença para o mundo o fato de eu não estar mais por aí, publicando minhas asneiras pra quem quisesse ou tivesse a condecendência de ler só pra deixar um comentário amigo? O lado romântico da minha mente gosta de fantasiar que um super homem com todas as características imprescindíveis (muito humildemente eu só peço que seja engraçado e inteligente) era leitor assíduo e ficou arrasado quando parou de ter notícias minhas. Minha parte "Alo-ow! Desce das nuvens!" tem uma resposta mais simples: não.

    Hipoteticamente considerando que a segunda alternativa seja a verdadeira (o lado romântico é insistente) não posso deixar de pensar que tudo o que eu era naquela época simplesmente foi descartável: afinal de contas, pra onde foi? Lixo eletrônico, sem tempo de decomposição.

    Resolvi então fazer um breve retrospecto/reflexão. Meu cd dos Backstreet Boys foi tocado recentemente numa festinha que incluiu coreografia; minhas roupas de gótica já foram há tempos doadas (tirando uma blusa estilo femme fatale que eu jurei usar mais uma vez); e descobri que, segundo Churchill, "quem não foi comunista até os vinte anos, não tem coração" (só completando a citação, o poderoso estadista conclui: "quem continua sendo depois dos quarenta, não tem bom senso". Era o Churchill, o que você esperava?). Até que não foi de todo perdido, não é?

    Olhando desse modo, acho que somos recicláveis.

    *Ao som de Simon and Garfunkel

    segunda-feira, janeiro 7

    Sex and the City

    Nos último tempos tenho assistido vários episódios do seriado. Tanto que hoje finalmente (e infelizmente) cheguei ao final.


    A sensação é familiar: já tive o mesmo no último episódio da trilogia O Senhor dos Anéis, a segunda parte do último volume de As Brumas de Avalon também foi só lágrimas, Harry Potter encerrou sua jornada... Mas embora todas essas séries tenham me acompanhando por muito mais tempo do que Sex and the City, não despertaram maior identificação do que ela. E por que? Cada episódio é uma questão que realmente está nas mentes de todas as mulheres, sejam elas o mais estereotipadas possível (por incrível que isso pareça aos olhos dos homens que a assistem).

    Claro, tive meus momentos de briga com as quatro new yorkers: por que diabos discutir tanto sobre relacionamentos? Por que reclamar deles, quando às vezes eu penso até que seria bom simplesmente estar em algum? (Eu sei, esse pensamento é o fim da picada, mas passa pela cabeça.) Se elas todas têm algo a reclamar (elas, as bem sucedidas e gostosonas do pedaço - tirando a Miranda, que eu adoro), imagina eu?!?!

    Mas todas as dúvidas que aparecem ali são minhas também. E é impossível deixar de se relacionar com um assunto que bate o tempo todo na nossa cabeça: quando vamos encontrar o amor? Ele existe?

    Pra não frustrar todas as mulheres do mundo, o final vem com aquela velha lição à la Marie Claire: temos que aprender a nos relacionar com nós mesmas, aceitar nossos defeitos e até parar de idealizar as coisas. E em partes eu concordo. Aliás, concordo com tudo, mas fazendo as devidas observações: é claro que vamos parar de imaginar um futuro perfeito, de pensar que nossa vida vai ser o que pensamos e planejamos, mas isso acontece porque nós simplesmente mudamos e de repente nos damos conta que não somos quem imaginávamos ser.

    Tudo bem, todas elas se arranjam maravilhosamente bem, encontram o par perfeito... Mas isso é ficção. As risadas como essa aí embaixo acho que eu ainda vou ter com quem dividir por um bom tempo. Não é, legumes da minha vida?