sábado, dezembro 20

Carry that weight

Uma vez por mês eu enfrento a maldita e globalmente odiada fila de banco. E essa semana lá estava eu. Não estava exatamente com pressa, mas tampouco exalava disposição pra esperar. Aliás, quem me conhece sabe que esperar é uma das coisas que eu mais odeio na vida. Mas tudo bem. A fila não estava lá aquele exagero todo, eu estava munida de um celular pra fazer ligações no caso de ficar muito entediada (e ele foi usado) e não parecia haver nenhum boy no meio com aquele mundo de contas pra atrasar a vida do resto.

Dois caixas. Tá. Um deles prioritário para idosos, portadores de deficiência física, gestantes e mamães carregando a prole. A gente pensa que num banco dentro de um campus universitário não vão aparecer muitas pessoas que se encaixem nessa descrição, mas a nossa mente pode pregar peças, não é? O tal caixa não teve em nenhum momento mais de uma pessoa na fila (nem sei se uma pessoa pode ser considerada uma fila), mas incrivelmente velhinhos têm algum tipo de sincronia. Quando vinha o pensamento de que caixa finalmente iria ser liberado para uso de pessoas "normais" (ou desprivilegiadas, o que soar mais politicamente correto), aparecia alguém custando a caminhar, a passos lentos... Mas naqueles passos lentos ainda conseguia chgar ao caixa antes que outro ser da fila dos comuns pudesse se apoderar do espaço. E isso perdurou por uma hora. Longa hora. Num dos momentos apareceu uma mulher que eu sinceramente, só de olhar, não saberia em qual categoria encaixar. Seria maior de 65 anos? Não parecia, mas devemos nos lembrar das plásticas e botox. Grávida? Velha demais pra isso, embora com os avanços da medicina a dúvida seja até pertinente.

Observando todos aqueles atendimentos vi que em nenhum momento era exigida nenhum tipo de comprovante de que o cidadão que ali se dirigia poderia realmente se beneficiar do tal caixa exclusivo. Pensei em dar o grito, mas fiquei calada.

Finalmente, quando fui atendida, saí de lá metade feliz e metade triste. Toda vez que entramos num banco saímos mais ricos ou mais pobres. No meu caso, mais rica. Mas considere bem, caro leitor: bolsa de estudante de graduação. Difícil definir o que sentir, não é?

Da próxima vez me passo por grávida. I'm gonna carry that weight.


*Ao som de Peter Bjorn And John - Young Folks

segunda-feira, dezembro 15

Rent

É o filme que acabo de ver. Trata de um grupo de pessoas com AIDS, vivendo em Nova York e levando uma vida um tanto boêmia. Lembrando - é um musical.

Não deve ser novidade que eu sou uma chorona, e neste filme não poderia ser diferente. É claro que eu chorei no final. Mas foi por toda a idéia. Rent. É o que fazemos com o amor e a felicidade. Não podemos comprar, apenas "alugamos" por uns momentos. Talvez pensemos muito sobre tudo, sobre as conseqüências de cada coisa que fazemos, quando na verdade (recorrendo a um clichê) tudo o que temos é este momento, agora.


There is no future
There is no past

Thank god this moment's not the last.

There's only us
There's only this
Forget regret or
Life is yours to miss

No other road no other way
No day but today

*Ao som de Rent Original Motion Picture Soundtrack - Finale B (No Day But Today)

quinta-feira, dezembro 11

Eletricidade e seus produtos

Qual é a pior coisa que pode acontecer para estragar completamente a dinâmica do nosso dia? Em tempos modernos eu afirmo: falta de energia elétrica.

Meu irmão e eu estamos de férias, hoje particularmente (como em tantos outros dias, mas para dar a impressão de que sou uma pessoa ocupada coloquei esse "particularmente") estamos ambos em casa, treinando nossas habilidades de Homer Simpson. TV, computador, internet, comida esquentada no microondas, telefone sem fio que precisa estar sempre ligado na tomada, celulares sem bateria. E eis que de repente a energia se vai. Investigando aqui e acolá eu descubro que 3, sim, TRÊS contas estão pendentes. O motivo? Confiança nos serviços da modernidade. Pensando minha querida mamãe, provedora do lar, que as contas se encontravam em débito automático nem se preocupava com o pagamento das mesmas. O resultado? Dois enlouquecidos num apartamento sem absolutamente nada para fazer.

Graças, porém, a outros produtos da era moderna, pudemos ligar nossos notebooks na tomada do corredor do condomínio e aproveitar a internet wireless sem senha de algum vizinho.

A modernidade é mesmo um paradoxo.

*Ao som de The Gnome - Emerson, Lake & Palmer