sábado, julho 29

Bye, Wettstetten! Hallo, München!

É isso aí: estou na Hauptbanhof avisando que vou demorar umas duas semanas até o próximo post. Depois de acontecimentos ridículos na família que estou, minha decisao tomou forca: nao fico. Eu já estava prontinha pra ir visitar a outra família em München, mas estava com um pouco de remorso de deixar o pessoal aqui. Depois de ontem o quadro mudou. Foram coisas ridículas que me disseram e que me abriram os olhos de que tudo o que estou fazendo é a melhor coisa mesmo.
A outra família em München foi muito calorosa (dentro do estilo alemao, claro). Muito mais a ver comigo, respeitam as pessoas e a privacidade que é óbvio que todo mundo quer, falam mais abertamente e diretamente as coisas (e nao ficam só conversando sobre álbum de figurinhas quando deveriam estar falando de coisas práticas, como é o caso quando se quer fechar um contrato para au pair). Além disso vivem em München (importante! Hahahaha! Nao, sério, isso é um dos pontos a ressaltar somente).
Assim que tiver mais tempo explico tudo. O que digo agora é que saio do interior para entrar na vida cosmopolita! Hahahaha! Finally! Oder "endlich", como se diz na Alemanha.

segunda-feira, julho 24

Vendo alguma coisa e comprando

Ah, vou resumir, tá???

Seguinte: (KKKK! Que jeito mais horrível de falar!) Já fui dar uma olhada nos cursos de alemao. No final das contas me decidi por um muito simpático, o mais barato (o que foi ótimo!) e que tem muita gente da mesma idade que eu de váriaaas nacionalidades e que sao au pairs também ou trabalham ali perto. Achei o melhor por tudo: além do cara com quem conversei ser super amável ainda vi que o pessoal fica todo bem amigo, o que é bom se eu quiser ter um pouco de vida social (que aliás é o que tem faltado, já que eu nao converso com ninguém mais a nao ser a família mesmo, o que já tá enchendo).
A outra coisa boa foram as compras. Na sexta-feira foi a câmera digital (finally!) com um cartao de memória de 512Mb (babas...). Melhor ainda porque o Opa (que nao é pai, e sim vô! Ele é pai da Sandra, a Gastmutter) me deu 50€ pra comprar, e assim tudo isso só me saiu 99€! Hoje eu saí pra comprar pilhas recarregáveis e acabei saindo da loja também com um mp3 player de 1Gb! Aiii! E nem é fulero, porque é Philips! Eu quase chorei lá, vendo os iPods! Estavam lá, tangíveis, bem na minha frente, aqueles de até 60Gb! Dá pra imaginar??? Mas com o dobro (ou menos) eu comprava um notebook! (Que aliás vou voltar lá pra comprar, quero a privacidade de usar pc no meu quarto e poder enfiar arquivo nele sem pedir! Qual é a graca de ter câmera se mal dá pra descarregar???)

Ah, agora tô com preguica de escrever mais. Quero aproveitar os raros momentos que eu tenho sozinha aqui na casa (eles foram nadar).

Tchüssi!

sexta-feira, julho 21

Comecando a trabalhar

E vem o primeiro dia... Mein Gott!
Aventurando-me na cozinha. Isso pra quem me conhece já é motivo de gargalhada, mas o resultado dessa empreitada é ainda pior: eu consegui fazer um arroz marrom, totalmente úmido (é isso mesmo, a água nao secava) e isso tudo em duas horas! Ai, ai, ai... Incrivelmente o Opa aqui come tudo: colocou um monte de condimentos, misturou os legumes que tinha e voilà!, aí tínhamos um arroz comestível. Como diria o Opa: "Ja, ja..!".
Ele até agora é meu membro da família preferido. Nao tem das frescuras de só poder assistir alguns minutos de TV por dia, sabe ligar e desligar um aparelho eletrônico e come da maneira certa: com vícios. Decididamente eu odeio e nao sirvo pra ser saudável. Sim, eu gosto de verduras e legumes, eu como muiiiitas frutas, mas eu nao agüento essa coisa de só poder comer uma bala e pronto, você já teve sua parte divertida do dia. Ah, qual é! Um pouco de sedentarismo nao faz mal. Desse jeito eu até me sinto deslocada pra usar o pc, afinal de contas a família toda quer ficar no jardim onde tem um milhao de moscas, abelhas e outros insetos desagradáveis. CHEGA LOGO, INVERNO!

Bem, essa de comecar com o trabalho já me fez ver algumas coisas: a Kind é extremamente mimada. O pior é que eu nao sei quando devo deixar a família tomar conta e quando eu devo entrar. Quero dizer, claro que quando estamos só nós duas é meu dever brincar com ela, mas e depois que a família chega? Nem adianta eu falar o nome dela que ela nem ouve! E além disso parece que eu estou atrapalhando a melacao toda dela com os pais (especialmente com a mae, que faz praticamente tudo o que ela quer, inclusive chorar quando a pequena chora). Well, well... No momento eu tô decidida a deixá-los, ainda mais depois que a mae fez um comentário sobre ter que me pagar horas extras porque eu estaria ficando mais tempo sozinha com a Kind do que as que estao no contrato. Pelo que eu entendi, entao, quando eles estao em casa nao é considerado tempo de trabalho, e portanto eu nao preciso ficar com ela. Vou seguir essa "regra" por enquanto, ver no que vai dar.

terça-feira, julho 18

Chegando na casa

Continuando a saga...
Sim, depois disso tudo eu consegui chegar meio-Olivia aqui na casa nova. Bem bonita, agradável, meu quarto é uma gracinha (o problema é a TV, que nao pega nunca por causa do cabo estragado... Mas ainda vamos consertar isso)! Tem TV, um som que só tem rádio e fita cassete (pensei que isso nem existisse mais, aber...), escrivaninha, armários, bláblablá. Assim que tiver a câmera tiro foto pra mostrar.
Como nao tinha ninguém em casa (já tinha vindo o caminho todo conversando com o Gastvater), resolvi cochilar um pouco, porque nao agüentava mais. Estava pra cair no chao a qualquer momento, que nem em The Sims (imagina a figuraaaa! Hahahaha!).
Quando a Gastmutter e a Kind chegaram foram lá me acordar e tudo o mais. Foi bem legal essa parte! Vi que a Gast é bem mais nova do que pensava (bem, eu sabia a idade, mas pela única foto deles que haviam me enviado ela aparentava ser feia e mais velha...). A Kind também foi um amorzinho nesse dia, tava envergonhada. Gostei da Gast, ela é bem mais prática, conversa sobre as coisas que me interessam (tipo a vida mesmo aqui, como é que as coisas funcionam, o que eu tenho e nao tenho que fazer, o que eu posso fazer... Enfim, me deixou mais à vontade).
Morrendo de fome e cansaco como eu estava (e, detalhe importantíssimo: SEM BANHO), eles ainda queriam sair pra comer! Ainda bem que a Gast teve o bom senso de notar que eu estava um caquinho e sugerir que pedíssemos comida (o que nao foi lá essas coisas, poisnem sabia o que pedir, como comer... Ai, que horrível! Acabou que eu comi pouquíssimo, de tanta vergonha que tava de tudo.).
E a hora de dormir??? Nossa, acho que nunca dormi tanto na minha vida. Quero dizer, eu já dormi por mais tempo, mas nunca um sono tao pesado! Quando acordei nem lembrava onde tava! Sim, isso acontece muito, mas nao quando é uma coisa assim! Afinal de contas, será um ano aqui, eu já devia estar mais do que acostumada com a idéia de acordar todo esse tempo em lugar que nao é meu quarto, nem minha casa.
Bom, no dia seguinte mesmo já fomos (eu, a Gast e a Kind) aqui pra me registrar. Ainda temos que ir em outra cidade pra pegar o visto permanente, em Eichstätt. Acho que vamos nessa semana ainda, ou na outra. Embora aqui seja Landkreis Eichstätt, a cidade mais grande mais próxima é Ingolstadt. É uma cidade medieval, conservaram até os muros. Tem muita coisa por lá! Na quinta-feira fiquei caminhando lá no centro comercial por umas 3 horas. É cheio de lojas, numas ruas que nao passam carros. É linda! E dá vontade de comprar tudo! Tem coisas muito diferentes, que a gente morre pra encontrar! E todas estao lá, bem na nossa frente! E as livrarias??? Dá vontade de morrer quando entramos em uma! Nao existe nenhuma pequena, todas sao do tamanho das que normalmente só temos em shoppings, e têm muito mais coisas. Lá dá pra achar de quase tudo; livros de crianca, entao... Uh! Por aí se vê que o pessoal aqui comeca cedo. E continuam com o gosto, porque nao passei por uma única livraria que estivesse vazia. Aproveitei e comprei o bendito dicionário: uma pequena fortuna, 30€! Quis dar uma facada no meu coracao! Ai! Um dinheiro tao poupado... Bom, mas fazer o que, teria que comprar mais cedo ou mais tarde. Agora, pensando bem, nao consigo ver como pude estudar 3 anos sem um dicionário decente.
Ah, também vi que as roupas aqui nao sao feias e nem tao caras. acha-se boas coisas por precos razoáveis. E, surpresa... Tem C&A aqui! Hahahahaha! Pois é, essas lojas pra massa nao sao exclusividade do Brasil. Só que lá vende até traje típico bávaro! Bem carinhos, aliás (por volta dos 90€).
À noite desse dia voltamos à Ingolstadt (é muito perto, uns 10 ou 15 minutos de carro) para ir num restaurante mexicano que é bem famoso aqui, o Sausalitos. Nao sei porque é tao famoso, pois a comida nem é lá grande coisa e é muito caro (o prato que eu comi, um pouco mais barato, era quase 10€). Aliás, já deu pra ver que as coisas essenciais sao caras, enquanto as mais supérfluas sao bem mais baratas, né? Bem, pra mim assim está bom, já que o essencial quem tem que me dar é a Familie e o supérfluo é que fica por minha conta... Hehehe!

Próximo post: o primeiro dia realmente de cuidados com a Kind, conhecendo o Opa e o episódio da cozinha... Nao percam!!! =P

segunda-feira, julho 17

Das Erste

O primeiro...
Primeiro post. Muita coisa pra contar, pouco tempo e espaco. Pouca acentuacao também, como já se pode notar.

Comeco contando da viagem: o vôo para Sao Paulo (pela Varig, Scheiße!) deveria sair do Aeroporto da Pampulha às 6:20. Chegando lá, com o devido tempo de antecedência, a notícia: vôo cancelado. Deveria ir pra Confins e fayer a transferência de empresa. Que ótima maneira de comecar a viagem! Chegando lá, após muita (e poe muita nisso) espera, finalmente consegui fazer a troca para a Gol, num vôo saindo às 8:20. A previsao de aterrissagem foi outra coisa um tanto atrasadinha. O comandante disse "Nove horas e vinte minutos", disso eu me lembro muito bem, mas por razoes climáticas (um temporal em SP) houve um atraso de 1 hora. Até que nao achei ruim, pois em SP o outro aviao sairia só 14:45, so... Melhor esperar em "casa" ou "voando".
Em SP a espera foi longa, isso foi. O desejo pela comida crescendo... Fui procurar meus míseros 25 reais (o resto já tinha trocado por euros) e... Onde estao??? Pois é, nao conseguia achar os benditos. Por isso fiquei ziguezagueando pelo lugar, sentindo o cheirinho do McDonald's e vendo os livros e revistas sem poder comprar nada. O consolo era que pelo menos podia entender tudo (ou quase tudo) que as pessoas diziam ao meu redor (embora naquele momento eu nao visse aquilo como um "consolo"). A hora de entrar para a sala de embarque foi mais dolorosa: passar pelas Duty Free Shops e nao poder comprar nada! Ai, que tortura! Tantos perfumes, iPods, câmeras... Ai, dío! Fora os chocolates...
Finalmente o vôo saiu. É, à partir de entao descobri que nao seria mais entendida por ninguém: toda a tripulacao era italiana (estava indo pela Alitalia para Milao, de onde pegaria outro vôo para Munique - deu pra sentir o drama, né?) e os passageiros eram em sua minoria brasileiros. A gente pensa: com inglês dá pra se virar em qualquer parte do mundo, certo? ERRADO! Pelo menos nao quando você está falando de italianos: é mais fácil entender italiano do que um italiano flando inglês, acreditem! Ai, essas 10 horas de vôo foram um pequeno inferno: o suposto conforto que a mini-TV na frente poderia trazer me foi retirado porque nao sabia onde ligava os fones, e a aeromoca simplesmente nao me atendeu (e eu tinha vergonha - sim, podem me bater - de perguntar pra outro passageiro). Na hora da comida, tao esperada, descobri que os avioes nao sao mais como costumavam ser: além de servirem pouquíssimo, o comissário de bordo ainda me pulou! Oh, mein Gott! Tive que chamar ele de volta! Um constrangimento, pois eu já tava inibida por pelo menos parecer ser a única ali que nunca tinha viajado para a Europa. O pior, eu acho, foi o desconforto. Os nossos ônibus sao extremamente mais confortáveis que esses avioes! Credo, fiquei todo esse tempo toda dobrada, sem poder esticar as pernas e sentadinha (se querem endireitar a coluna, procurem esses avioes, porque no há método melhor pra fazer ficar sentada realmente na vertical!).
E quando se pensa que finalmente o pesadelo acabou, quando anunciam a aterrissagem em Milao, aí é que vem a pior parte!
Em Milao eram 6:20 da manha. Horário do Brasil: 1:20. E é nessa hora ótima, quando queria estar no melhor dos sonos, é que tenho que esperar (note bem a palavra: ESPERAR, a coisa que eu mais "amo" na minha vida) míseras 9 horas! Siiiiiimmmm! NOVE HORAS num aeroporto de calor infernal, escutando um milhao de idiomas diferentes (menos português) e vendo as pessoas ricas comprarem milhares de coisas nas lojas super caras (Valentino, Ferrari, Oscar de la Renta, as Duty Free, os Cafés...). E eu penso: ah, devem haver cadeiras de relaxamento, salas de espera confortáveis, afinal, esse é um aeroporto internacional super movimentado...! Nichts! Nadinha de nada! Preferiria mil vezes SP! Fiquei vagando de cadeira em cadeira, tentando arranjar um lugar com menos gente pra poder dormir. Porque foi isso que eu fiz: me dobrei de qualquer jeito naquelas cadeiras horríveis (mais desconfortáveis de escola! Nelas pelo menos dormimos bem!) e fiquei cochilando que nem uma mendiga! Acho que quem passava devia até ficar com pena (um brasileiro pelo menos ficaria)! Nossa, sério, eu nao aguentava mais! Pensei que ia até passar mal, porque além do mais tinha muito sol e eu nao comi nada todo esse tempo! Quando finalmente chamaram meu vôo eu quase chorei. Só nao chorei porque nao tinha nem mais forcas!
Daí pra frente foi apenas um vôo de 50 min (espera de 9 horas para um mísero vôo de nem uma hora!) com uma ótima paisagem! Como estava claro, pude ver o norte da Itália, Suíca, passei por cima dos Alpes, vi o Bodensee... Ah, a paisagem era linda! A única coisa ruim no vôo foi a pouca comida! Hahahaha!
Chegando em Munique, pensei que minhas malas haviam se extraviado, ia comecar a chorar (no meio da viagem veio o martírio que deveria ser mensal nas mulheres, mas que em mim nunca é, e eu nao tinha um único absorvente na bagagem de mao), quando elas vieram. Ai, que visao do paraíso! Elas estavam lá, intactas! Nunca fiquei tao emocionada por algo que nem deveria ser surpresa, mas obrigacao das empresas!
Por fim, saindo com as malas, lá estava o Gastvater, Enrique. A Gastmutter (Sandra) e a Kind (Lucia) estavam numa festinha de aniversário e nao foram. O caminho de carro foi até rápido e eu já fui vendo como era a paisagem, as estradas, as regras... Muita, mas muita organizacao mesmo! O melhor dessa parte acho que foi ver as motos, que aqui sao bem estranhas (nao sao todas, mas algumas, que sao muito diferentes).

Próximo post...: chegando na casa e conhecendo as acomodacoes.
Nao percam as emocoes do próximo capítulo de..."Das Leben von Olivia"!