sexta-feira, abril 27

Um filme bonitinho europeu

Sabe aquela sensacao de estar num filme?

Desta vez nao foi nada ruim, nada que parecesse um pesadelo, algo irreal do qual eu quisesse fugir. Apesar de ter acabado de passar por uma situacao nada agradável (a perda do passaporte ainda nao está totalmente resolvida: preciso de outro visto), de ter gasto 70 euros muito inesperadamente, de ter ido pela primeira vez na vida à Polícia (e ter que explicar toda a situacao em alemao, à autoridades alemas - e portanto nao exatamente pacientes e gentis), de ter corrido o dia inteiro na inseguranca de que tudo fosse em vao... Apesar disso tudo, caminhar pelas ruas e jardins de Munique num dia de semana normal, durante o dia e sob o sol da primavera, por um breve momento sentindo que eu nao tinha nada nem ninguém pra me controlar, foi, sem dúvida, uma cena digna de um final de filme.

Na verdade andar de um lado pro outro pela cidade foi até legal, passei por partes que nunca tinha visto antes. Comecei a gostar de Munique. Mas esse é também o efeito de se ver coisas novas, ou melhor, gente nova. Passando pelo Studentenviertel a atmosfera muda completamente. As ruas sao cheias de livrarias, a maioria pequenas lojinhas com livros usados colocados na calcada. Os estudantes passam, seja à pé, carregando mochila e com o ar despreocupado de quem sai de uma aula e vai correndo almocar, ou de bicicleta, seja a de estilo esportivo ou retrô (cestinha e meninas de saia e óculos, bem como os acessórios de crochê). Na frente de um dos prédios da Universidade vários grupos sentados ou deitados na grama... Outros entram no ônibus e preferem fazer a pausa no Englischer Garten.

Eu me lembrei de como é ser estudante. Nós só temos preocupacoes egoístas como notas, pegar primeiro o livro na biblioteca, descansar merecidamente após dois horários seguidos de aula. Ou salvar o mundo. Todos os dias rotineiramente vivemos coisas diferentes. Discutimos sobre o futuro. Tudo é nao só possível, mas altamente provável.

E na volta, caminhando até a casa, eu aproveitava esses momentos únicos de sensacao de infinita liberdade, com fones de ouvido que cantavam

"I love the sound of you walking away, you walking away
Why don't you walk away?..."

É ou nao é cena de filme?

Ao som de Franz Ferdinand - "Walk Away"

4 comentários:

lévia disse...

menena,a sua descrição é digna de um filme mesmo!ah, a vida de estudante!..tá na hora de vc voltar pra continuar sendo estudando com nosostros (é asim?)!!!..enfim, o sufoco passo! viva o passaporte!...reaça vem de reacionário!

BJOOO

Barrão disse...

que lindo, nega!!!!!!

oxe! gostei do seu sentir-se livre!!!!
questionamentos? já são velhos de guerra por aqui... pfffff
(a citação de Weber foi inesperada!!!! e interessante! jejejeje)


ah... então tu perdeu o passaporte? merde! espero que a próxima vez que tiver que resolver este problema o dia seja de liberdade. ou de libertação, se preferir!


beijo beijo

Helen disse...

Eu até consegui imaginar algumas tomadas! (L)
Sabe quando dão destaque pras árvores amarelas? Então! E você um pouquinho distante, passando perto das pessoas, e do movimento todo, uma hora pra um lado, outra hora pra outro...

Só não pode ser aquele tipo chato de filme francês, porque eu tenho que estar num humor raro e muito específico pra gostar! :P

mauro F disse...

Cena de filme!
Só pude imaginar um pouquinho, mas se eu fosse te filmar, colocaria uns filtros pra captar as cores de forma bem berrante. E oscilaria com um amarelado "vintage" quando perto da sua figura.
Oh! Que coisa!
Será que ainda dá pra fazer isso?

Beijooooooo!