quinta-feira, junho 18

Zzzzummm, zzzz... Vuvuzelas!

Eu já falei antes por aqui que adoro eventos esportivos mundiais - tem até um post perdido por aí sobre as Olimpíadas. Bem, há menos de uma semana teve início a Copa das Confederações, da qual eu sinceramente não me lembro de ter algum dia ouvido falar, mas que traz algo de Copa do Mundo, ainda mais sendo no país anfitrião.

Enfim, o fato é que tenho acompanhado a coisa e, mais uma vez, lá vou eu pra situações bizarras: ontem estava assistindo Áfrixa do Sul x Nova Zelândia, essas duas equipes gigantes do futebol mundial e que sempre nos brindam com jogos memoráveis. (Cof.)

E nessas transmissões de grandes eventos a coisa é sempre igual no que diz respeito às reportagens sobre o local e blablabla. Dessa vez o barulho todo tem sido em relação à torcida, que de acordo com os repórteres e comentaristas de futebol é "um espetáculo a parte, o que a África do Sul revela de melhor, a grande alegria" etcétera, etcétera.

Em todo jogo que você assitir passado na África do Sul poderá ser notado um barulho não dos mais agradáveis. Lembra, digo mais, pode ser perfeitamente confundido com um enxame de moscas/abelhas. Na verdade são as cornetas que os sul-africanos não se cansam (não se cansam mesmo) de soprar.

Obviamente vêm notas de explicacão esporadicamente sobre o que é aquele zunido - um repórter, desses que interrompem a narração ou comentário pra dar notícia do tipo "foi chamada a atenção do técnico tal por este se encontrar fora de sua área" ou "jogador blá está no aquecimento, parece que vai pintar alteração". Da última vez foi assim: "e este barulho que você escuta são cornetas. Elas se chamam vuvuzelas e são.... muito chatas".





P.S.: O Brasil acaba de fazer um gol contra os EUA!

quinta-feira, junho 11

"Partly Coudly" e "Toy Story 3", by Pixar

Tem um site especializado em animação que é uma fofura. O nome dele? Smelly Cat. (Sim, Phoebe de Friends inspira ainda hoje.) Pois bem, não sou muito de passar lá e ver as novidades da animação (mais porque esqueço do site), mas hoje topei com algo muito bonitinho. E é Pixar, então acho que merece ser visto de qualquer jeito.

Ladies and gentlemen, o novo curta da Pixar Studios, Partly Cloudy!



E aproveitando, aí vai também o teaser de Toy Story 3 (sim, é verdade! Finalmente!), previsto para estrear em junho de 2010. Esse teaser quase me fez chorar de emoção na frente do computador há uns dias atrás. Yes!

segunda-feira, junho 8

Somebody To Love

Pois é. Vai chegando dia 12 de junho e de repente tudo o que se vê são propagandas de amor. Corações, flores, chocolate, muito vermelho... Um saco. Aí me vem a propaganda de "especial semana dos namorados" do Warner Channel. A equipe de programação brilhante bolou algo totalmente inesperado: uma semana inteira de filmes românticos! Oh, que inesperado! E então fiquei pensando: namorados assistem essas coisas? E juntos ainda por cima? Que eu saiba não. A meu ver esses romances água com açúcar têm e sempre tiveram um público muito específico: solteiras. Fora que NENHUM casal vai ficar na frente da televisão pra assistir um filme bobo e tosco que passa pelo menos duas vezes por mês na tv.

Portanto chego à conclusão de que o dia não é "dia dos namorados", mas dia de lembrar as solteiras que elas não estão dentro das normas da sociedade - isto é, não estão num relacionamento. O engraçado é que passa um milhão de imagens, seja na internet, em cartazes, outdoors e tv, e em todas tem um casal apaixonado, se derretendo um pelo outro. A realidade é totalmente esquecida. Ninguém lembra que namoro/casamento é cheio de brigas, que se enfrenta um mundo de problemas, que se renuncia a tanta coisa, que se agüenta tanta coisa... O "amor" é vendido como qualquer outra mercadoria. E a gente fica doida atrás, querendo também.

*Ao som de Queen - Somebody To Love

quarta-feira, maio 13

Tell me why

Bem, não é caso de rir. Só que, claro, eu com a minha mania incontrolável de rir das coisas erradas (e na maioria das vezes na hora errada e na frente das pessoas erradas ainda por cima) não pude deixar passar essa ocasião. Mas vamos lá.

Tá todo mundo sabendo da gripe suína, tá todo mundo com medo dela, tá todo mundo evitando viajar pros países que são foco da doença (bem, não que eu conheça alguém que tenha desistido de viajar, mas essas são as notícias) e tá todo mundo exigindo medidas de prevenção por parte de seus respectivos governos. Beleza. Coisa bonita, pessoal conscientizado, preocupado... Mas o homem tem sempre umas coisas muito criativas. Não é que, no meio de um jogo de futebol de um time do México contra um time de algum outro país que não importa, um jogador não faz isso? :



Eu sei que esse vídeo deve ser o novo Susan Boyle no mundo do YouTube, mas mesmo sendo notícia velha eu simplesmente tinha que postar. Porque ao contrário do que todos fizeram (o certo, aliás, que é de cara ficar com nojo do cidadão), o que me veio imediatamente à cabeça foi: "gente, que criatividade!!!". Porque pensa: o jogador da p* da vida. Ele tá doido pra dar uma de Edmundo e descer braço e pontapé no carinha do time adversário. No entando ele sabe que isso vai chamar muita atenção e que vai dar no mínimo um cartão vermelho, isso se ele não for punido mesmo pelo órgão que cuida do futebol (como que chama? É a FIFA?). Enfim, até aí tudo bem...: ele tem um ódio contido, um desejo de descontar aquilo tudo em alguém e não sabe como fazer. Aí lhe vem a brilhante idéia de tossir. Pela primeira vez na vida ele deve ter pensado: "Nu! Como vale a pena ser mexicano agora!".

A grande questão pra mim, no entanto, a coisa que está me fazendo rir loucamente toda vez que penso nessa cena é a associação que ele fez. Que processo cognitivo se operou na cabeça do ser pra ele chegar a essa associação? Porque sério, desde quando essas palavras juntas fizeram algum sentido? FUTEBOL, AMEAÇA, TOSSE.

*Ao som de The Beatles - Tell me why

terça-feira, abril 21

Magical Mystery Tour

Eu sempre soube que Belo Horizonte não era uma cidade como qualquer outra. A começar pelo próprio clima de cidade interiorana, mas com quase 3 milhões de habitantes. Que BH é uma roça grande todo mundo sabe. Que é um ovo, também. E é igualmente de conhecimento geral que de alguma forma o desconhecido com quem você acaba de travar uma conversa na verdade não é tão desconhecido assim, pois você conhece alguém que é colega do amigo da irmã do tio do tal desconhecido. Agora não mais desconhecido, claro.

Belo Horizonte conta com duas cidades dentro de si mesma: Venda Nova e Barreiro. Nosso Centro pode ser atravessado facilmente a pé, e nele você vai encontrar velhinhas passeando porque não têm nada pra fazer em casa, e ao lado delas vai ver também moleques skatistas, emos, punks, pagodeiros e por aí vai. No mesmo Centro a gente pode passar pelas ruas mais sombrias, cheias de cabines eróticas e cinemas pornôs (além da oferta de experimentação corporal, obviamente), mas também vai encontrar os itens mais tradicionais mineiros ao passar pelo Mercado Central.

Tem o maníaco que furava bundas (!) e tem o senhor que fica tocando acordeon no ponto de ônibus em frente o Edifício Mariana. E já comentei anteriormente do sex shop mega store bem across the street de uma igreja evangélica.

Tudo isso já estava me parecendo realmente normal e eu já me considerava relativamente acostumada com essas contradições da capitar, quando eis que reparo numa placa. Ali na esquina de Afonso Pena com Rua da Bahia, do lado do Othon Palace Hotel, ali onde começa a Feira Hippie e o Parque Municipal, ali em frente o Mercado das Flores está a placa indicando:

Aeroporto Internacional
Pastelândia

Pastelândia?!?!?!?!


*Ao som de Ladysmith Black Mambazo - Homeless

domingo, abril 12

Grrrrghhh

Esse é o barulho mais ouvido durante o filme Gran Torino. Provavelmente é este também o som mais proferido por Clint Eastwood, mestre dos grunhidos. Aliás, grande epitáfio. Não, não estou colocando ele na cova! Apenas pensei que seria bonito. Assim como Alexandre, o Grande ou D. Maria, a louca. Clint Eastwood é realeza do cinema! (Ui, dei uma de tiete.)

domingo, março 22

Playing for Change

Há tempos minha amiga da Yakuza, Dona Lévia, me mandou um link com este nome: playing for change. Na minha preguiça habitual, eu abri o site, mas como não estava óbvio qual era o propósito da coisa, simplesmente ignorei. Talvez ela estivesse me incentivando a começar a tocar violão na rua por trocados? Bem, dado o espírito anti-hippie dela (e compartilhado por toda a Yakuza), penso hoje que isso não seria possível. Mas eis que me deparo com este vídeo. E sim, vale a pena ver e ouvir.

sexta-feira, janeiro 23

There is no future (?)

Bem, mais uma vez o assunto começa com um filme. Uma animação, pra ser mais específica, e da minha adorada Pixar - Wall-E. Confesso que quando do lançamento dele nem fiquei sabendo e, se vi alguma imagem, cartaz ou o nome espalhado por aí, nem percebi que era da Disney/Pixar (do contrário teria feito um esforço mínimo pra ir ao cinema). Bem, antes tarde do que nunca. Hoje finalmente assisti.

Não gosto de escrever sinopses de filmes e isso se deve ao simples fato de que tampouco gosto de lê-las, mas para explicar o meu pensamento aqui vai uma breve introdução à historinha: o planeta Terra tornou-se inabitável devido à poluição e os humanos passaram a viver numa super nave espacial que tem tudo (tudo mesmo!), tornando todos sedentários e blablabla. A medida deveria ser provisória, pois enquanto todos viviam no espaço robôs (os wall-e) limpavam as coisas por aqui. No entanto, passam-se 700 anos e nada. Apenas um robô "sobrevive" na Terra e continua seu trabalho, coletando objetos que ele considera interessante. Um dia chega um outro robozinho (que mais tarde descobrimos ser robozinhA) em missão para descobrir vida no planeta (que, aliás, está um caos).

Bem, a questão é que fiquei pensando sobre todos esses futuros apocalipticos que são retratados em filmes. O futuro vai ser sempre pior do que agora. Não em um ou dois aspectos, mas em todos. Nada do que hoje parecem ser avanços da ciência ou estudos culturais que levam a uma maior tolerância quanto às diferenças (embora isso seja contestável... mas vamos lá) desembocam, na visão de todos os que produzem mídias sobre o porvir, em algo positivo. O mundo vai congelar ou inundar, alienígenas com sede de destruição virão nos punir, uma praga vai contaminar a grande maioria da população mundial, computadores e robôs vão se revoltar e passar a escravizar os humanos e por aí vai. O mais irônico de tudo isso é que geralmente a culpa cai toda em cima dos avanços tecnológicos, que atualmente são a glória pra todos e despertam ataques a cada inovação ou lançamentos de novos produtos (vide iPhone, que virou febre de consumismo). Deus também tem sua parcela de responsabilidade sobre as catástrofes. De acordo com muitos religiosos ele está nos punindo por tudo de errado que temos feito, num tipo de segunda rodada da Operação As 7 Pragas do Egito. Se for castigo de Deus, eu tenho um pedido: não pode ser algo estilo Sodoma e Gomorra? Tem tanta cidade aí que pode ir pros ares... Comece por Washington, por favor.

Isso me leva à outra questão que me surgiu durante o filme. A tal estação/nave é um paraíso. Climatizada, intensidade de claridade de modo a simular as diferentes partes do dia e, claro, a noite estrelada (isso, creio eu, não era simulado, já que estavam navegando pelo espaço). E se todos nasceram e cresceram ali, o mundo que conhecem é aquele. Por que então a necessidade de condenar? Por que um mundo criado pelo homem parece menos estável? A própria Terra fica girando por aí, de milhões em milhões de anos (ou bilhões?) se aproxima mais do Sol ou se afasta, causando alterações climáticas que afetam diretamente a vida terrestre. Ou seja, ela também não é a fonte da certeza. Mas ninguém sabe de onde ela surgiu, como foi que ela se tornou o que é hoje, de onde vieram as plantas, os animais, a água. E talvez seja essa incerteza, a necessidade de acreditar em uma força maior do que as nossas, de algo maior do que a ciência é capaz de explicar, é que nos dê uma certa esperança ou segurança. O homem não criou isso tudo, e afinal de contas a Terra tá aí desde sei lá quando... E, mais importante de tudo, nós não sabemos exatamente como ela funciona. Por outro lado, aquilo desprovido de mistérios torna-se sem graça e, principalmente, deixa muito claras as falhas.

O futuro é incerto e misterioso. Poderíamos ver nele, então, menos falhas, não é?

---Esclarecimento sobre o título do post: referência a letra da música "Finale B (No Day But Today)" do musical Rent.

*Ao som de The Who - We Won't Get Fooled Again

quinta-feira, janeiro 22

Mensagem pra você

Dentre os meus vários prazeres condenáveis está, como muitos sabem, o filme Mensagem Pra Você. Não que os atores sejam os meus preferidos do mundo (porque eu não gosto da Meg Ryan - a não ser por outra comédia romântica, Harry & Sally - nem do Tom Hanks - a não ser por Big, Quero Ser Grande), mas aí está uma combinação muito fofa, na qual as pessoas se apaixonam não pela aparência, não pelo que fazem juntos, mas simplesmente por emails trocados anonimamente, além dos ambientes aconchegantes no meio de Nova York. Claro, devemos lembrar que história é uma adaptação de um clássico do cinema, A Loja da Esquina, nos tempos do preto e branco e de comédias e romances que não poderiam ser classificados de outra forma além de inocentes.

Enfim, cá estou eu, vendo mais uma vez este filme e me deleitando com os acontecimentos dos quais o desenrolar eu já conheço tão bem. E ainda aproveitando a trilha sonora, na qual nunca tinha prestado atenção mas que agora se revela como mais um elemento agradável.

O ponto, no entanto, não era inicialmente tecer tantos elogios (creio que isso foi mais uma justificativa, uma tentativa de demonstrar as qualidades do filme e tornar aceitável o fato de eu gostar dele), mas abordar um tema que me fez pensar logo nos primeiros minutos. Já que ambos os personagens resolvem não falar nada de específico sobre suas respectivas vidas, a conversa tem o dom de ser extremamente descompromissada. Assuntos aleatórios surgem, o tipo de comentários que fazemos somente pra nós mesmos, dentro de nossas mentes, mas que nunca julgamos bons o suficiente pra contar pra alguém. O que não percebemos geralmente é que são exatamente esses pensamentos as coisas mais interessantes, pois são percepções, são conclusões ou questões sobre futilidades que dizem tanto sobre uma pessoa... ou que despertam nosso próprio pensamento. Várias vezes me deparo com o problema de surgir com um assunto, tanto para conversar com pessoas avulsas como para escrever aqui no blog e geralmente o que me queima por dentro é que, se não consigo falar sobre algo, quer dizer que minha vida é vazia, sem significado, sem acontecimentos, desinteressante. A verdade é que, embora eu não viva da maneira mais agitada possível e tampouco tenha muitas histórias para contar, eu ainda tenho minhas opiniões e minhas pequenas percepções de fatos do cotidiano que podem ser ditas. E ter essa possibilidade de dizer que importa.

segunda-feira, janeiro 5

You must love me

A leitura atual da minha vida tem sido um Balzac, Ilusões Perdidas. Uma frase me chamou a atenção outro dia:

"O que torna as amizades indissolúveis e lhes duplica
o encanto é um sentimento que falta ao amor - a certeza."

De forma geral acho que tenderia a concordar. Afinal de contas, o que torna o fato de amar alguém normalmente doloroso é o medo de não ser correspondido. E o que acaba geralmente com relacionamentos? O não demonstrar os sentimentos esperando que o outro o faça primeiro, provocando a impressão mútua que não existe ali sentimento mútuo. Ou seja, falta a certeza.
 
No entanto, se falarmos de amizade será que a coisa muito? Bem, acredito que realmente a amizade conta com mais certezas. Nunca nos sentimos intimidados de dizer a um amigo que o amamos - ou seja, por pra fora o sentimento não é lá o problema, concluindo que sim, temos certeza da reciprocidade. Mas não estaria justamente aí a questão? O ponto fraco da relação? Confiar demais? A meu ver talvez a confiança nos leve a imaginar ali um pilar que não existe, ou com o qual pelo menos não se pode contar pra qualquer coisa a qualquer hora. No final das contas tudo se resume ao interesse pessoal. Enquanto um for útil ao outro a coisa anda. Quando não se precisa mais, descarta-se - ou, no caso dos mais espertos e frios, guarda-se pra depois.
 
Seria a amizade, assim como o amor, também uma ilusão que será perdida?

*Ao som de Brooke White - You Must Love Me (da trilha sonora de "Evita")

quinta-feira, janeiro 1

Feliz ano novo!

Resoluções? Champagne estourado à meia-noite? Sete ondinhas puladas? A tal da simpatia com caroços de uva da qual nunca me lembro como é feita? Whatever...