quinta-feira, janeiro 22

Mensagem pra você

Dentre os meus vários prazeres condenáveis está, como muitos sabem, o filme Mensagem Pra Você. Não que os atores sejam os meus preferidos do mundo (porque eu não gosto da Meg Ryan - a não ser por outra comédia romântica, Harry & Sally - nem do Tom Hanks - a não ser por Big, Quero Ser Grande), mas aí está uma combinação muito fofa, na qual as pessoas se apaixonam não pela aparência, não pelo que fazem juntos, mas simplesmente por emails trocados anonimamente, além dos ambientes aconchegantes no meio de Nova York. Claro, devemos lembrar que história é uma adaptação de um clássico do cinema, A Loja da Esquina, nos tempos do preto e branco e de comédias e romances que não poderiam ser classificados de outra forma além de inocentes.

Enfim, cá estou eu, vendo mais uma vez este filme e me deleitando com os acontecimentos dos quais o desenrolar eu já conheço tão bem. E ainda aproveitando a trilha sonora, na qual nunca tinha prestado atenção mas que agora se revela como mais um elemento agradável.

O ponto, no entanto, não era inicialmente tecer tantos elogios (creio que isso foi mais uma justificativa, uma tentativa de demonstrar as qualidades do filme e tornar aceitável o fato de eu gostar dele), mas abordar um tema que me fez pensar logo nos primeiros minutos. Já que ambos os personagens resolvem não falar nada de específico sobre suas respectivas vidas, a conversa tem o dom de ser extremamente descompromissada. Assuntos aleatórios surgem, o tipo de comentários que fazemos somente pra nós mesmos, dentro de nossas mentes, mas que nunca julgamos bons o suficiente pra contar pra alguém. O que não percebemos geralmente é que são exatamente esses pensamentos as coisas mais interessantes, pois são percepções, são conclusões ou questões sobre futilidades que dizem tanto sobre uma pessoa... ou que despertam nosso próprio pensamento. Várias vezes me deparo com o problema de surgir com um assunto, tanto para conversar com pessoas avulsas como para escrever aqui no blog e geralmente o que me queima por dentro é que, se não consigo falar sobre algo, quer dizer que minha vida é vazia, sem significado, sem acontecimentos, desinteressante. A verdade é que, embora eu não viva da maneira mais agitada possível e tampouco tenha muitas histórias para contar, eu ainda tenho minhas opiniões e minhas pequenas percepções de fatos do cotidiano que podem ser ditas. E ter essa possibilidade de dizer que importa.

Um comentário:

lévia disse...

então parlaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!.....a loja da esquina é fofo! Meg é chata!.....e como tínhamos pensando: nós falamos de nós, e os outros que não gostam de falar deles mesmos....então poderiam nos escutar néam?.....mas digo que as pessoas te escutam chuchu!....e as conversas descompromissadas tem a séria tendência de serem as melhores!!!......justamente porcausa do objeto....ele pode ser qualquer um!!!!

bis bis